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CARMEM, a mãe esperançosa!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 20 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2018


Por Marilda Correa

Foto Glória Souza


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Eu já a conheço há algum tempo. Ela está com 84 anos e nasceu em Itapetininga, uma cidade do interior de São Paulo. Lugar onde residiu até se casar, quando tinha 20 anos. Morou em São Paulo (SP), Paraná e, atualmente, em Sorocaba.


Teve uma infância difícil, embora tenha sido a caçula de oito irmãos. Não chegou a conhecer seu pai, pois aos seus seis meses de vida, ele faleceu.  Adorava brincar com bonecas feitas de espiga de milho. Como um agrado, suas tias Maria e Chica  lhe davam boneca de pano.


Desde jovem sempre foi doméstica e o lazer era brincar o Carnaval no Clube 13 de Maio, em Itapetininga. Divertia-se com a amiga Eugênia e, de vez em quando, vinham  aos bailes do Clube 28 de Setembro, em Sorocaba (SP).


Sempre acompanhada dos primos que moravam na cidade. Local que passou a residir na vida adulta depois de casada. Muito tímida, talvez por conta da criação, mas com muita sabedoria e uma  garra por batalhar pelos seus ideais. Ajudou seu esposo a construir a casa que reside há mais de 60 anos. Ainda me recordo de ouvi-la cantar, quando eu tinha dez anos - músicas de Clara Nunes e Martinho da Vila, seus cantores prediletos -, enquanto lavava suas roupas ou arrumava a casa.


Seu  esposo, meu pai, um senhor alto e de pouco risos, era pedreiro. Foram casados por 42 anos. Dificilmente saiam para passear juntos. Sempre que podia, iam visitar sua tia Maria, em Itapetininga. Nos dias de semana, ela saía para trabalhar bem cedo e me levava para creche. Retornavam quase à noite. O tempo e sua história de vida passou a ser para mim  motivo de admiração. Em conversas com outras pessoas, ainda hoje conta as histórias que o tempo a fez passar.


Nunca deixou-se abalar pelas tristezas que a jornada impunha, ao contrário, aliava-se à principal virtude, a bondade. Talvez um defeito, se é isso que posso dizer, a preocupação, enquanto mãe, comigo e, como avó, com o neto. Nunca perdeu a esperança, no olhar nunca teve a desconfiança. É alegre e uma mulher de fibra, que não consegue parar por um só minuto, mesmo na melhor idade, como brincamos às vezes em casa. Essa é a mulher forte a quem admiro.


Dona Maria do Carmo, que prefere ser chamada de Carminha, minha querida, eu te amo. Me orgulho de lhe chamar de minha mãe.


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Confira também, pela mesma autora:


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Marilda Corrêa


Também conhecida como Dildinha, é filha de dona Carmem e de seu Pedro, além de mãe de João Pedro. É geógrafa, pedagoga e pós-graduada em Turismo Ambiental. Trabalhou 28 anos com ensino público fundamental. Ativista, participa de movimentos sociais populares e atua na sociedade civil organizada por meio de conselhos municipais. Acredita na participação ativa do cidadão para melhorias e mudanças da comunidade. (Leia mais aqui!) Foto San Paiva | Fotopoesia

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