PAI DURÃO, coração mole!

Por Tatiane Patron

Fotos Arquivo Pessoal

Eu preciso confessar uma coisa. Quando vou a casamentos, o momento em que desabo em lágrimas é o abraço entre pai e filha – no caso, a noiva. Eu ainda não me casei de branco, véu e grinalda, mas não consigo imaginar como será este momento entre eu e meu pai nos abraçando, tamanha emoção que já me dá. Parece que estou escrevendo um texto do mês das noivas, né? Mas é sobre o Dia dos Pais.

Tatiane e o pai, José Alves Patron

Onde quero chegar é na paternidade. Falamos tantos sobre as heroínas, as mães. E realmente elas são. Nestas narrativas familiares, quase sempre os pais ficam como coadjuvantes. Acredito que toda mulher tem como seu herói, seu primeiro amor, seu ídolo, o pai. Só de eu pensar nessa palavrinha com três letras (pai), meus olhos enchem de lágrimas e minha garganta ganha um nó.

As características mais marcantes do meu pai são a braveza e os ensinamentos. José Patron Alves, um homem que já está beirando os 60 anos. Bravo, mas que tem um coração mole e enorme, e que não tem vergonha de se esbaldar em lágrimas quando está emocionado. Formado em comércio exterior, ele é número, eu sou letra. Ensinou a mim e ao meu irmão a lutar usando como arma a honestidade, pois foi assim que ele se tornou homem cedo.

Ele nunca foi meu rei. Explico! Para a maioria, o pai trata a filha como princesa. Ele nunca me tratou assim. Ele me criou pessoa, ser humano, sempre foi muito realista. Apresentou-me a vida como ela é. E isso foi tão bom, mas tão bom... Fez-me superar obstáculos, ser corajosa, ser independente, ousada, defensiva, eu cheguei onde eu quis por causa dele, sempre me empurrando para frente, para o lugar certo.

Falando em empurrar, lembro-me quando eu estava aprendendo a andar de bicicleta - sem rodinhas. Sua presença sempre foi tão forte, que quando ele me soltou, continuei pedalando e sentindo suas mãos. E até hoje é assim, apesar da distância física, sinto seu apoio. E nos momentos de indecisão, peço seus sábios conselhos. Meu pai sempre me deu liberdade para eu fazer o que eu quisesse, porém, nunca deixou de ponderar sobre o lado bom e ruim das minhas decisões. E me dizendo: “continue, não desista!”

Um certo dia, a lâmpada do meu quarto queimou. Ele me fez pegar uma escada de ferro, abri-la e subir. A escada estava bamba e ele não segurou-a. E ainda me disse: “se equilibre e troque a lâmpada”. Percebendo minha cara de desapontada pela falta de ajuda, meu pai me questionou: “E quando você tiver sua casa, morando sozinha, não terá ninguém para segurar a escada”. Suas palavras sempre me deram segurança para tentar, sempre foram meu equilíbrio, ao fim.

Eu demorei para sair debaixo da asa dele, mas ainda bem. Acredito que ser pai é isso, não passar a mão na cabeça, é educar; não fazer, é ensinar; não falar, é demonstrar; não dar, é lapidar. Agradecer por ele ser um pai fantástico é pouco. Homenageá-lo, é pouco. Amá-lo, é pouco. Um dia eu quero ser um pouquinho como você, querido herói.

_

Confira também, pela mesma autora:

- Saudade, o sentimento!

- A prayer aos nossos hermanos, os venezuelanos!

***

Tatiane Patron

Jornalista, aventureira e gosta de boas histórias, seja para ouvir ou contar sua própria. Trabalhou em jornais impressos de Sorocaba (SP) e São Paulo (SP), também tem experiência em rádio e televisão, e teve sua própria de agência de comunicação. Atualmente, com 30 anos – desbravando a fase balzaquiana -, está em busca dos seus sonhos em Orlando, nos Estados Unidos, e é de onde contará suas aventuras. (Leia mais aqui!) Foto Arquivo Pessoal

Tatiane também escreveu:

- Saudade, o sentimento!

- A prayer aos nossos hermanos, os venezuelanos!

*Curta nossa página e fique sabendo das novidades!

**Conheça os demais autores aqui!

(#tatianepatron #tatipatron #autoperfil #orlando #florida #eua #linhaslivresblogue #diadospais)