A PONTEIRA e a comitiva!
- Lilis | Linhas Livres
- 25 de jul. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 17 de jan. de 2019
Por Leila Gapy
Ilustração e arte San Paiva | Fotopoesia

Acreditem! Em seis meses de existência esse blogue já foi visto e envolveu mais de 70 mil pessoas de todo o Brasil, além de algumas do exterior - com a maioria concentrada na região sorocabana. Sim, mais de 70.000 pessoas! Ao todo foram 45.759 pessoas envolvidas por meio do Facebook (visualizações, curtidas, compartilhamentos, comentários) e outras 25.427 diretamente no site. Um total de 71.186 pessoas. Detalhe: sem nenhuma propaganda paga (por enquanto)! Pra mim isso é sucesso absoluto! Jamais esperei. Na verdade não esperei nada. Mas eu tinha uma certeza: o que viria depois da criação do blogue seria maravilhoso!
Por trás dos números, pessoas!
Bem no fundo eu sabia que, mais do que criar um espaço livre para bons textos, o blogue promoveria a autoestima daqueles que, a princípio, só queriam aprender a escrever algumas linhas. Mas fazer fotos produzidas, criar textos e participar da revisão, ter de esperar, presenciar o processo, tudo isso promove a construção individual e coletiva. Isso chama-se escrita construtiva! Fazer parte do bando, expor ideias, valorizar memórias, histórias de outras épocas também. Chama-se escrita pedagógica. Os benefícios são muitos: organiza a memória, valoriza a jornada humana e nos possibilita enxergar além das próprias falhas, nos fazendo ir mais além, crescer como pessoas!
Eu errei quando desconfiei que isso tudo afetaria somente ou mais aqueles que timidamente iniciaram a jornada junto da escrita. Não, o empoderamento educacional, o dar a voz e a vez por meio da escrita atingiu a todos envolvidos de forma positiva. Inclusive você, leitor! Se você se propor a ler ou reler estas linhas todas, se sentirá livre, como cada um dos autores que as preenchem. Conhecerá por dentro cada um deles, das dores e das alegrias de que são feitos, da forma como chegaram até aqui e de como escreveram suas jornadas à base de lutas e sonhos. Mais ainda, conhecerá lugares e costumes, famílias e amigos, histórias de amor e dor, guerra e paz, mágoa e perdão. Enxergará os caminhos e a liberdade. Não é marketing, é o poder a comunicação escrita em sua melhor forma, à distância de um clique totalmente humano.
A ponteira...
Eu ainda era criança quando ouvi pela primeira vez a expressão “abrir picada”. Meu pai, “caboclo de Votora”, como dizia – em referência às origens bugres de Votorantim (SP), onde nasceu e cresceu -, contava-me suas façanhas pela mata da Serra de São Francisco quando entendi que abrir picada significava ir à frente de todos, criando uma nova passagem. Lembro-me dele contar que era difícil “fazer a vez”, já que cortar o mato exigia habilidade com o facão, além de força nas pernas devido o terreno naturalmente irregular.
Mas também lembro dele frisar a satisfação da descoberta, do “ver primeiro”, do “abrir o presente”, digamos, e chamar o restante da “comitiva” para ver o novo mundo. Isso é ser a ponteira! Entendi ali que o feito exige responsabilidade, vontade e amor. Há seis meses nós inauguramos este blogue. Uma ideia que estava sendo gestada há muito tempo dentro de mim. Mas que começou a ganhar corpo uns seis meses antes de ser publicada. Muita gente se envolveu e foi envolvida.

...e a comitiva!
Mas o fato é que apesar de abrir a picada, a ponteira só existe porque a comitiva dá apoio. E se o objetivo número um era impedir que meus alunos/amigos engavetassem os textos, para a criação do blogue eu precisava então de uma dezena de autores dispostos a publicá-los. Fui feliz no pontapé, exatamente 12 das alunas da minha turma Dois-2017 de Escrita e Comunicação do Instituto Plena Cidadania (Plenu), onde desenvolvo trabalho voluntário, toparam participar.
E sem saber ao certo onde iríamos chegar, demos as mãos e mergulhamos num mundo novo. Mergulho que puxou outros alunos, como os da Universidade de Sorocaba (Uniso), além de mais alguns que estão para chegar (com textos ‘no forno’, aguarde!). Vale destacar que isso só foi possível porque a Neia Mira, coordenadora do Instituto, me acolheu e apostou junto nesta empreitada.
Mas outras pessoas também vieram, como meu marido Alessandro Paiva, que fez e faz todas as fotos, além de desenhar o layout do site. Meu irmão Lucas Piovesan financiou a empreitada e tonou-se Ombudsman, assim como minha amiga Vanessa Heidemann, que me ajudou a finalizar o nome do blogue no intervalo de uma aula. As queridas Wanderlúcia Garcia e Carolina Santana têm me dado apoio jurídico, além de zelar pelo conteúdo.
O amigo Fernando Guimarães, que assina a revisão, se dispôs a ler e arrumar todos os caracteres deste projeto. Thiago Arioza e Bruna Camargo me deram apoio nas redes sociais. E os parceiros Natalia Gómez Targa, Luiz Rodrigues, Tatiane Patron e Tom Rocha, comunicadores profissionais, que se propuseram a ser locomotiva e puxar os demais ‘vagões’. Isso sem contar os amigos, parentes e conhecidos de todos que fazem parte de um do todo maior com seus comentários, dicas e participações.
O Eco nosso de cada linha
Chega a ser difícil mensurar essa força positiva que nos motiva a prosseguir. O que posso dizer é que dá medo abrir picada. É difícil ser ponteira. Às vezes você erra, pisa em falso e cai. Sei que esse não é o primeiro (e provavelmente nem o último) blogue de textos feito por pessoas apaixonadas por histórias, curiosas pela vida. Mas no meu mundo, dentro deste templo que habito, a mata selvagem é a Internet, o tempo é voraz como a queda d’água, as feras são as fakenews e haters gratuitos, o blogue é meu facão, a língua portuguesa o terreno instável; mas os mirantes são esses autores/amigos que trago comigo e que escrevem as paisagens, obras abertas que, como diria Eco (Umberto), só você que me lê, enxerga!
Gratidão eterna!
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Leila Gapy
é jornalista por formação, encantadora de memórias por vocação e professora, sua nova paixão. Idealizadora deste blogue, é especialista em Jornalismo Literário e mestre em Comunicação e Cultura. Pesquisa texto artístico seriado e ama ler histórias reais. Tem 37 anos, é casada com Alessandro e juntos têm uma filha, Catarina, sua inspiração. Foto: San Paiva | Fotopoesia
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