ANTONIA RIBEIRO (Nenna)
- Lilis | Linhas Livres
- 5 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2018
Fotos San Paiva | Fotopoesia

Escrever sobre quem sou eu traz questionamos e um certo desconforto. Permite-me relembrar histórias boas e felizes de minha vida, mas traz lembranças de fatos que me trouxeram tristeza também. Uma trajetória de 39 anos, com sonhos realizados e outros apenas planejados.
Sou Antônia por batismo. Nome que não gostava quando era criança porque sempre tinha alguém para colocar um apelido desconfortável, como Tonha, Toinha, Tontonha - confesso que nunca gostei! Por causa disso, meu pai passou a chamar-me de Nena ainda na infância, e identifico-me bastante, até hoje.
Entre erros e acertos, somei experiências conquistando maturidade. Sou uma mulher que procura por novos conhecimentos constantemente. E, atualmente, sou uma mulher forte e guerreira, mesmo diante de situações que tentam me fraquejar.
Sou filha de uma mulher batalhadora, mãe de seis filhos, já falecida há alguns anos - não gosto de relembrar desse momento difícil, ainda dói-me muito. Meu pai é um homem forte e trabalhador, mas criou os filhos com uma certa ignorância e jeito rude. Somos de Exu, interior de Pernambuco, nordeste brasileiro.
Aos 18 anos, eu saí de casa e fui morar em São Paulo. Não conseguia conviver à forma que meu pai tratava os filhos e a esposa, minha mãe. Foi um tempo em que sofri muito, estava afastada de minha família, mas, principalmente, da minha mãe. Precisei aprender a viver com a ausência dela.
Minha mãe, mesmo de longe, sempre tentou ajudar-me com conselhos e palavras de carinho, animando-me e incentivando-me a lutar por um futuro melhor. Aos 19 anos, casei-me. Foi tudo muito rápido - dormi solteira e acordei casada, costumo dizer. Sou mãe de três filhos, que me apoiam em tudo o que faço e desejo.
Quando tive minha filha do meio, também perdi minha mãe. Momento que me levou à depressão. Fiz terapia durante um longo tempo. Foi bom para desabafar e libertar amarras do passado. Houve momentos em que me deparei diante do espelho sem saber ao certo quem eu era.
Por casar cedo, não consegui dar continuidade aos estudos. Sempre coloquei a possibilidade de fazer a faculdade em segundo plano. Em umas das tentativas de voltar a estudar e ingressar na faculdade deparei-me com a gravidez de minha filha caçula.
E por acreditar que não conseguiria conciliar a administração da casa, trabalhar fora e os estudos, deixei o ingresso na faculdade para outra oportunidade. Hoje, sei que daria conta, mas também sei que tudo tem o tempo certo.
O tempo passou e as oportunidades que perdi fizeram-me aprender a valorizar cada momento. Aos 34 anos, escolhi cursar Pedagogia. Atualmente, atuo na área como coordenadora pedagógica e sou realizada com o que faço.
Durante minha formação acadêmica, passei por um processo de transformação de pensamento. Saí da minha zona de conforto, e foi libertador. Voltar a estudar abriu um leque de oportunidades e aproveito cada momento. Acredito que a busca por novos desafios transformou-me em um mulher empoderada, que luta pelos próprios direitos.
Gosto de viajar, passear com minha família em parques, cinema, teatro. Sempre que posso vou à praia para renovar as energias. Minha família é a minha melhor companhia, temos nossos problemas, não somos perfeitos, mas vivemos em harmonia. Apesar de tudo que vivi, posso dizer com segurança que hoje sou uma pessoa realizada e feliz.
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Antonia Ribeiro (Nenna)
Pedagoga, mãe de três filhos - Alysson, Daniele e Arielly -, e tem um coelho chamado Rubi. Trabalha num projeto social para crianças e adolescentes como coordenadora pedagógica, é romântica e sonhadora. Acredita que o mundo será melhor se as crianças forem realmente cuidadas.
Antonia também escreveu:
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Lindo texto Antonia, tudo de melhor pra vc e sua família!
Adorei... parabens