VINÍCIUS FIGUEIREDO!
- Lilis | Linhas Livres
- 8 de jan. de 2019
- 4 min de leitura
Fotos de Pâmela Ramos

Não sei como eu me definiria, já que me acho muitas coisas. Aliás, quem eu sou se todos os dias experimento emoções e sensações tão diversas e, por meio delas, me construo, me desmonto e me refaço? Devo ser o que a sociedade me estereotipa a ser? Devo ser o que minha família espera que eu seja? Ou devo ser eu mesmo e viver cada dia de forma única e intensa, fazendo cada momento valer a pena em um mundo com tanto ódio e tão pouco amor e empatia pelo próximo?
Bom, não posso ser o que a sociedade deseja, já que não nasci de acordo com o padrão europeu de beleza e com características heterossexuais normativas. Também não posso ser o que minha família espera que eu seja, pois esta segue os padrões de uma suposta "família tradicional brasileira” e por isso só me resta ser um bom filho. Mas, sim! Sim, eu não só devo como sou uma pessoa que busca a alegria em cada momento de cada dia de minha vida e sempre serei assim.
Até agora você só sabe isso de mim, então permita que eu me apresente. Nasci em 1999 em Sorocaba (SP), mas morei toda a minha vida numa cidadezinha do interior do estado de São Paulo chamada Piedade. Lugar lindo, com natureza em abundância, antigas construções, figuras notórias e muitas lendas urbanas. Para os que gostam de signos, sinto informar que sou de Áries e, para os que gostam de comida, sintam-se à vontade em me chamar para comer um bom filé à parmegiana, um lindo prato de alface bem temperadinho com sal, azeite e vinagre - exatamente nessa ordem, pois tenho Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) -, e, de sobremesa, um doce de chocolate branco.
Minha vida sempre foi muito confusa. Se ela fosse uma produção hollywoodiana, definitivamente seria algo como High School Musical numa versão funk pesadão/pop nacional que encontra Gossip Girl – séries de TV estadunidense. Então imaginem, me encontro bolando um plano para envergonhar publicamente minha inimiga ao mesmo tempo que estou ouvindo Movimento da Sanfoninha (música de Anitta) e mandando o famoso Quadradinho (música de Bonde das Maravilhas) e ainda, simultaneamente, pensando quem seria o sortudo que teria a honra de ser meu par no baile de formatura do Ensino Médio, porque nos meus sonhos, eu estava deslumbrante, acredite!
Mas, nem sempre fui assim. Se vocês me conhecessem durante minha infância e grande parte de minha adolescência, se deparariam com um garoto tímido, quieto, introvertido, que sempre carregava um livro debaixo do braço não importava onde fosse; mas muito provavelmente iriam me encontrar nas lojas de roupa e calçados ou no salão de beleza da cidade, junto de minha mãe, esta (modéstia à parte), a mulher mais incrível do mundo, que me ensinou a nunca desistir, ser sempre positivo, nunca se importar com a opinião alheia e o mais importante de tudo, sempre confiar em mim mesmo.
Mas era difícil seguir os mandamentos de minha mãe. Nunca fui um menino igual aos outros, nunca gostei da maneira como eles agiam, dos assuntos que falavam, das brincadeiras que tinham e, por conta disso, fiz poucos amigos, mas dos quais gosto de me lembrar com carinho. Precisamente dois, nessa época. Minha melhor amiga no mundo todo, com quem compartilho todos os tipos de assunto e segredos, e a pessoa que veio a ser o grande amor da minha vida.
Hoje em dia, muita coisa mudou em relação ao meu eu do passado. Encontrei muitas pessoas ao longo desses anos que incentivaram e impulsionaram meu autoconhecimento, me tornando o Vinícius que sou atualmente, que descobriu ser extrovertido, ter um coração enorme e sempre disposto a ajudar os amigos, estar com as pessoas que ama, que é apaixonado por dança, canto, cinema, livros e escrita, como poesias, mas colocando em cada texto um pouco de si. Existem muitas formas de se expressar, eu escolhi estas até agora e digo “até agora” pois, a cada dia, descubro mais sobre mim e pode ser que eu mude.
"Algumas vezes me pego observando o céu e me pergunto o quão longe consigo chegar, enxergando tudo como se fosse uma saudade de algo que ainda não conheço. Sempre descobrindo que a imagem que tinha, simples, aliás, não é, pois tudo chega a um ponto que é antes do destino. O sonho não se mostra inconsequente e o meu antigo destino sobre a luz do outono é o tempo que acaba e por isso tento ver o difuso como imagem em um espelho plano, parece difícil, mas nunca impossível para os que sonham. Pois a vida é chuva, é rio, é mar, é amar e é por fim, o não fim do infinito”, este texto pertence a vários autores anônimos e eu o escolhi pra representar minha jornada por esse ciclo da vida.
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Vinícius Figueiredo
O estudante de Jornalismo pela Universidade de Sorocaba (Uniso) é um ser criativo, ousado, original e sociável. Alguém que percebe o mundo emocional por meio de um olhar detalhista e sensível, que por vezes pode aparentar ser frio e introspectivo, mas na maior parte do tempo é um amigo fiel. Ama séries, livros, filmes, vive intensamente cada momento e por isso acredita que a mais profunda forma de desespero é escolher ser outro que não a si mesmo.
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