ISABELA DANTAS!
- Lilis | Linhas Livres
- 8 de jan. de 2019
- 3 min de leitura
Fotos de Pâmela Ramos

Isa, bela. Engraçado pensar o porquê meus pais escolheram esse nome. Será que eles eram convencidos desde sempre? Eu não sei o motivo da escolha, mas por meio de tantos trocadilhos aprendi que a beleza mais importante está sempre nas pequenas coisas, nas histórias que carregamos, nos sorrisos que damos e, principalmente, quando acordamos. Porque é quando a gente olha para o espelho e pensa, essa sou eu!
Eu nasci em Sorocaba (SP) e toda minha família é daqui, mas eu ainda tenho esperanças de encontrar algum parente por aí só pra poder passar as férias em uma cidade diferente e voltar cheia de novidades para contar. É, eu sou assim mesmo, inquieta, ansiosa, não consigo parar em casa e acho um desperdício em pleno domingo ligar a televisão para assistir o Tausão.
A verdade é que o tradicional aprisiona e eu não quero ser refém dele. Tenho certeza disso pelas escolhas que já fiz e uma delas foi a de cursar jornalismo. Enquanto muitos falam que ser jornalista é fazer vídeo para o Youtube, para mim o jornalismo é uma chave. Ele abre as portas de um mundo cheio de histórias e vivências que não foram reveladas e que talvez nunca serão se alguém não der esta chance.
Você já parou para pensar que cada pessoa carrega um universo dentro de si? Do que adianta eu ter tantas histórias se não posso contá-las? “Vou te ver no Jornal Nacional?”, “Você esta fazendo jornalismo para contar fofoca?”, “Para ser jornalista precisa de diploma?”, essas são as clássicas perguntas que todo estudante de jornalismo já teve que responder na roda de conversa da família.
E a minha foi: “Você será a nova Maju Coutinho?” Quem me dera chegar lá ou ser ao menos metade do que ela é. Mas primeiro de tudo, eu sou a Isabela mesmo. Diante de algumas certezas, como legítima pisciana que sou, grande parte de mim também é feita de indecisões. Tenho medos, mas acredito que o maior deles é não corresponder as expectativas de quem tanto me ama, como meus pais.
Francisco, mais conhecido como meu pai, também é chamado por aí de Miranda. Sendo o mais velho de três irmãos, é falante que só, gosta de uma boa conversa e aproveita bastante da minha futura profissão para entrevistas particulares ou até mesmo um legítimo “De frente com Isabela” – numa referência ao programa da provocativa jornalista Marília Gabriela.
Já a minha mãe, Leda, também a mais velha de três irmãos, é um pouco tímida, quieta. Mas ouse mexer com alguma samambaia, orquídea ou outra planta dela para ver a Leda Márcia se tornar uma fera. Quando acontece ela sai gritando pela casa inteira e é só o Miranda mesmo para acalma-la.
Hoje em dia tudo é mais tranquilo, mas para quem só teve um par de calçados, dormiu com cobertor de jornal e aos 17 anos teve que assumir o comando da família, a possibilidade de dar errado não poderia existir. Estar onde estão, os dois, e tentar sempre dar o melhor, faz com que eu tenha o sentimento de orgulho, mas principalmente o de valorização, pois sei que não é fácil sair da estimativa e virar realidade.
Uma das coisas que aprendo com eles e levo comigo é não esquecer as próprias raízes, saber de onde eu vim e para aonde eu vou, quem eu fui e quem hoje eu sou. Quem eu fui não faz mais parte de mim, mas me ajudou a chegar até aqui. Eu fui uma pessoa conformada, tímida e boba. Digo conformada com aquele padrão humano que nos é imposto desde quando pequenos.
Tímida quando o assunto era me amar desde o meu primeiro fio de cabelo e boba em pensar que conseguiria mudar algo que nasce comigo e que é sinônimo de resistência. Hoje eu sou a resistência, sou autoaceitação e a evolução, sempre aprendendo a gostar de mim mesma, pois o que eu já ouvi, ou aquela opinião que eu nem pedi, me tornaram mais forte.
Se eu pudesse me definir em uma palavra, ela seria sorriso. Até nos dias mais nublados me esforço para que ninguém o tire de mim e, principalmente, que eu possa estampa-lo no rosto dos outros. Pensando bem, agora faz todo sentido a escolha do meu nome, afinal, ele diz muito sobre mim!
***

Isabela Dantas
Estudante de jornalismo, apaixonada por cachorros, livros, sorrisos e boas conversas. Carrego comigo a curiosidade de conhecer o diferente e não me habituar com aquilo que a gente chama de normal. Comigo não tem tempo ruim, para tudo existe solução e cada dia é um novo recomeço. Estranho é não me ver sorrindo.
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