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AS TRANSFORMAÇÕES lunares em nós!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 27 de jan. de 2019
  • 2 min de leitura

Por Maria Teresa Ferreira

Imagens Portal IG e Nasa/Exame


Passei a madrugada da última segunda-feira, dia 21, pendurada na janela acompanhando o eclipse lunar. Puxei o colchão do quarto para sala da bagunça e lá fiquei deitada olhando a imensidão do céu estrelado, acompanhando a lua no seu processo de vestir-se de escuridão para depois se despir de esplendor aos olhos dos deuses e dos mortais que conseguiram ficar com os olhos abertos. Eu, na ignorância que atinge todos os mortais, tinha certeza de poder fotografa-la na profundidade do vermelho que a tomava, estava certa de que poderia registar a imagem, mesmo na ausência de lentes mais potentes e para tamanho alcance.


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Diante, a princípio, dessas bobas impossibilidades, fiquei nos comparando às percepções humanas, aquele momento tão ímpar dos fenômenos do universo. A lua estava coberta pelas sombras da noite. A lua estava nua e linda. Nua de escuridão. Aguardando pacientemente que aquele momento sombrio findasse. Linda da possibilidade de voltar a ser luz.


Li algumas matérias a respeito da Lua de Sangue e do eclipse, em todas elas a questão das transformações decorrentes do fenômeno acabavam por esbarrar seus efeitos na natureza, como na possibilidade de maremotos, como na mudança das vibrações e no sentimento das pessoas. Pensei comigo que a natureza é assustadora...


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A cada minuto a lua ia sumindo dentro da própria escuridão, sendo engolida por um universo mágico, místico e intenso nos seus significados. Senti que a vida e as pessoas estão vivendo um instante parecido com o eclipse lunar, onde o momento nos mostra exatamente como somos, deixando as contrariedades da falta de instrumentos mais possantes para olhar para dentro de si, em segundo plano. Nos fazendo lidar com as nossas limitações a olho nu, ainda assim não deixando de sermos belos.


Adormeci quando a lua já ia alta e completamente nua. Acordei com o céu azul e o sol que anda nos castigando tamanha quentura. Refiz os passos da noite anterior. Refleti novamente sob a condição humana mergulhada nas sombras que vivem no íntimo dos homens. Alicerçada nas ilusões do ego e fortalecida pelas facilidades do poder, entristeci e adormeci novamente.


Quem me dera poder despertar dessa escuridão, num dia frio, com uma caneca de chocolate quente nas mãos e a certeza de que foi tudo um pesadelo. Quem me dera poder sorver o quente do leite e esquentar a alma. É, definitivamente serão precisos outros eclipses para podermos ser como a lua, nus e livres.


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Maria Teresa Ferreira

Educadora social por vocação, empreendedora da área alimentícia por paixão, além de mãe do Davi, por amor. Sou o resultado das minhas escolhas. Me constituo de todas as lágrimas que pude chorar e de todas as dores que senti. Mas sou toda a alegria que pude experimentar. Me chamo Maria Teresa, mas posso ser Maria, Teresa, Maitê, The, Tequinha e tantas outras variações que a língua portuguesa permita (ou não). Contudo, aprendi a não me perder nelas, porque elas refletem o que os outros vêem e meu coração é livre de julgamento. A vida é um eterno aprendizado e eu uma eterna aprendiz. (Leia mais aqui!) Foto: San Paiva.



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