BRINCAR na chuva e a infância feliz!
- Lilis | Linhas Livres
- 7 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Por Antonia Ribeiro
Imagens Divulgação
Eu tenho boas e doces lembranças de quando eu era criança. Nasci em Exu, mas vivi a primeira infância na vizinha Rancharia, no sertão pernambucano. Quando eu tinha 5 anos de idade, eu e minha família saímos de lá para morar na cidade de Pilar, na Bahia - como já contei aqui.

Mas me lembro do momento em que chegamos na nova casa, imensa e vazia, pois não tinha móveis ainda. Eu e meus três irmãos ficávamos correndo pelos cômodos, gritando frases sem sentido, só para ouvirmos o eco da nossa voz. Tudo era diferente e novidade.
Posso admitir, sem vergonha alguma, que eu tinha amigos imaginários. Falava com eles nas brincadeiras, eram meus companheiros do chazinho com bolo de chocolate da vovó. Mas além deles, eu também tinha minhas diversas amigas, reais, que fiz naquela época.
Ao lado da minha casa morava um casal que, para minha alegria, tinha uma menina da minha idade, a Zenaide. Logo fizemos amizade e não demorou muito para que brincássemos por horas no quintal. Brincávamos de casinha fazendo comidinha para as bonecas.
Eu me lembro também do quanto era bom brincar na chuva e pisar nas poças de água e barro. Não havia tempo ruim para a gente, quando não tinha chuva, inventávamos um modo diferente de brincar. Nos nossos faz-de-conta infantil, sempre éramos professoras e brincávamos de escolinha com as bonecas.
Lembro que fazíamos de coisas simples uma grande festa. De vez em quando brigávamos também, mas era normal, logo nos entendíamos. Quem diria que seríamos amigas até hoje, mesmo morando distante uma da outra, ainda matemos contato. Uma das coisas que mais marcou a minha infância foi tê-la conhecido.
Que saudades tenho das nossas conversas, das brincadeiras e os planos para nossa vida adulta. Lembro que eu tinha medo do “Velho do Saco”, um personagem imaginário, mas lendário, cultivado em minhas memórias pela minha mãe, que para nos manter atenta quanto aos perigos, dizia sempre que se tratava de um senhor que pegava crianças que ficavam na rua até tarde da noite.
Quando lembro disso dou risada. Era o jeito dela de me proteger. Naquela época não haviam as mesmas preocupações que tenho hoje em dia, em comparação com os cuidados dos meus filhos. Enfim, lembro também que a fase de ficar banguela foi horrível, mais minha mãe falava que era uma janelinha bonitinha.
Eu sei que ficava feia, mas ela tentava me enganar para amortizar meus sentimentos. Mexer nesse baú de lembranças me permitiu encontrar pequenos pedaços que me fizeram muito feliz em um tempo que já não volta mais. Aqueles brinquedos queridos que já não existem mais.
Confesso que me bateu uma imensa saudade, agora. Que vontade de voltar no tempo onde tudo era possível e leve. Nenhum de nós escapamos dessa fase gloriosa e cheia de coisas boas adocicadas. A minha infância foi um momento mágico, onde a única preocupação era de apenas ser feliz. Como acredito que deve ser a de todas as crianças.
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Antonia Ribeiro (Nenna)
Pedagoga, mãe de três filhos - Alysson, Daniele e Arielly -, e tem um coelho chamado Rubi. Trabalha num projeto social para crianças e adolescentes como coordenadora pedagógica, é romântica e sonhadora. Acredita que o mundo será melhor se as crianças forem realmente cuidadas. Leia mais aqui! (Foto San Paiva)
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