CRISTIANE CARMO
- Lilis | Linhas Livres
- 5 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2018
Fotos San Paiva | Fotopoesia

Sempre gostei de ler e escrever, lembro-me que, quando menina, minha brincadeira favorita era ser professora. Fazia do muro da minha casa uma lousa e dos meus irmãos, alunos. Eu achava tão lindo os professores lecionando em minha escola, tinha muita admiração - como tenho até hoje.
Lembro que tive uma professora chamada Eunice, da disciplina de História, que tinha um jeito todo especial de ensinar. Todos os alunos da escola se apaixonavam por história, e eu acredito que pelo amor com que ela nos ensinava. Não gostava muito das aulas de matemática, contar nunca foi o meu forte.
Mas meu professor Derby era muito legal e divertido, rígido quando precisava ser, mas um cara bacana. Lembro também de minha professora de português, dona Zilá. Foi ela quem abriu as portas da escrita para mim. Era muito amorosa, uma pessoa fantástica, sempre gostei das aulas dela.
O que eu mais gostava era quando ela pedia para fazermos redação. Nossa, que alegria a minha. Por conta disso, minhas notas nessa disciplina sempre foram boas. Foi nessa época que nasceu meu interesse pela escrita, um desejo enorme de escrever sobre tudo.
Como não tinha condição financeira para ter um diário com chaves, para guardar secretamente meus textos - um desejo de toda menina da época -, eu simplesmente separei um caderno e fiz dele meu diário. Ali, escrevia algumas coisas que aconteciam no meu dia a dia; às vezes, um desabafo, outras poesias, um hábito que tenho até hoje.
Por isso, ser pedagoga é um sonho antigo. Ainda hoje, gosto de estudar e procuro sempre me atualizar. Quando me casei, aos 18 anos, parei com os estudos. Não foi possível concluir a faculdade. Mas, recentemente, voltei a estudar e futuramente pretendo alcançar meu objetivo de ser pedagoga.
Trabalhar com educação sempre foi meu sonho, gostaria de fazer a faculdade e uma especialização na área da surdez, pois a Libras é minha paixão. Meu interesse pela Libras começou quando conheci um rapaz chamado Aluizio. Conhecemo-nos na igreja e ficamos muito amigos.
Porém, tinha dificuldade de comunicar-me com ele que, devido a uma meningite, ficou surdo aos seis anos de idade e, por conta disso, só se comunicava por meio da Língua Brasileira de Sinais. Ele residia em São Paulo e, quase sempre, aos finais de semana, vinha à minha casa e começou a ensinar-me a língua, o que me incentivou a fazer o curso de Libras, em 2012. Mal sabia o que o destino reservava para mim; o elo entre mim e a Libras - uma história que pretendo relatar a vocês aqui mesmo, em outra oportunidade.
Por alguma razão, essa minha jornada me fez uma pessoa tranquila, protetora daqueles que amo. Gosto de lutar pela causa daqueles que precisam, sou muito amorosa e até pegajosa demais. Mas sou companheira. Porém, como todo ser humano, não sou perfeita, tenho meus defeitos.
Um deles demonstro quando uma pessoa me magoa. É quando eu me afasto dela. Até perdoo-a, não guardo ressentimento, mas, se não está me fazendo bem, prefiro afastar-me. O problema é que nem sempre consigo explicar o porquê do afastamento ou conversar, expressar o que sinto, infelizmente.
Família é meu tudo, meu bem mais precioso. Não tenho filhos porque, entre muitas mulheres, Deus escolheu-me para nascer sem útero e, por esse motivo, não posso gerar outra vida. Falarei sobre esse assunto aqui mesmo, em outra oportunidade.
Mas tenho uma família que me completa. Meus pais sempre me ensinaram a valorizar tudo o que tenho na vida, ensinaram que nada vem fácil, que o trabalho, a educação, o respeito ao próximo fazem de nós pessoas melhores. Amo minha família e meus amigos, e amo a Deus acima de todas as coisas.
Hoje sei o quanto é importante lutar pelos nossos sonhos e objetivos e procuro fazer isso todos os dias, posso dizer que me tornei uma pessoa focada, determinada, persistente e tenho fé que alcançarei todos os meus objetivos. Isso porque tento aproveitar todas as oportunidades que a vida oferece-me.
Meu nome é Cristiane, tenho 41 anos. Sou casada com Erinaldo há 24 anos. Sou dona de casa, artesã, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e voluntária no Programa de Amparo ao Menor (Proame), em Votorantim, onde ensino Libras às crianças atendidas, minhas paixões!
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Cristiane Carmo
Tem 42 anos e é casada com um cara incrível, seu maior apoiador de sonhos. É artesã e contadora de histórias no grupo Semeando e Encantando. Também é tradutora voluntária da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a comunidade surda, sua paixão. Ama a família, sua vida. Sonhadora, adora ler e escrever e acredita em um mundo melhor.
Cristiane também escreveu:
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Lindo!Parabens Cris adorei o texto