DIA DE CAOS
- Lilis | Linhas Livres
- 3 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Por Pâmela Ramos (texto e foto)

O barulho é algo que me mantém em movimento. O som das correntes enquanto o quiosque fecha. O freio do ônibus a soar na chegada. O rugir dos motores na partida. Tudo traz uma sensação de paz. Paz que não encontro quando estou sozinha.
Viver em trânsito ou viver no trânsito, é bem verdade, traz o cansaço acompanhado de uma leve fraqueza, ao exceder as limitações do corpo em dias corridos, com poucos momentos que traduzem... gentileza.
Mas a alma só tem paz quando está em sono profundo. Caso o contrário, é tomada pela avalanche de acontecimentos que nos afetam o tempo todo. Viver é como estar em um ônibus. Ás vezes parece que o tempo não passa.
Em compensação, corremos sem perceber. A máquina nos carrega. Passa por asfaltos retos, tortuosos, com buracos, atalhos e todos os caminhos destinados na rota. A diferença é que ao viver, não sabemos onde a viagem termina.
Se olhar aos lados, há outros passageiros na mesma situação. Cada um com seu objetivo. Uns cansados, outros aflitos e há os tranquilos. Alguns se esbarram e fazem amizade. Mas grande parte deles não quer ser interrompido.
As luzes dos celulares rescendem em cada canto do veículo. As expressões faciais são pasmas e sem emoção. Sorte daquele que encontrou motivo para um sorriso, ao resgatar uma lembrança ou receber uma boa notícia em dia de caos.
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Pâmela Ramos
É um conjunto de histórias e sonhos que tem sua essência na música e na vontade insaciável de registros em textos e imagens. Aspirante à fotógrafa, estudante de Jornalismo, aos 19 anos busca eternizar em palavras o que é invisível ao olhar e à fotografia o que, muitas vezes, não se enxerga. Realiza pesquisa em Fotografia Poética e participa de ações sociais de voluntariado. Portfólio aqui! Foto San Paiva | Fotopoesia.
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