EDUCAÇÃO para emancipação!
- Lilis | Linhas Livres
- 22 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
A vida e obra de Paulo Freire, seu legado para uma educação como prática da liberdade!
Por Fabíola Jardim
Imagens Divulgação
Paulo Reglus Neves Freire, conhecido apenas como Paulo Freire, foi um educador e filósofo, provavelmente um dos maiores e mais conhecido brasileiro, com extensa obra sobre pedagogia emancipatória e inúmeros prêmios, entre eles a indicação de Nobel da Paz. Nascido em 19 de setembro de 1921, no Recife (PE), Freire passou por muitas dificuldades financeiras principalmente na infância, conforme relada Ana Maria Araújo Freire, esposa do segundo casamento, ao falar do marido em sua biografia “Paulo Freire – Uma história de vida” (Paz e Terra, 2017).

Segundo ela, Freire conviveu com a pobreza e a fome, mas por sorte, teve “muita harmonia familiar”. Ingressou aos "22 anos de idade, na secular Faculdade de Direito do Recife", numa época que, em Pernambuco, não tinha curso superior de formação para Educador. E foi em 1944, durante os estudos universitários, que ele casou-se com Elza Maria Costa de Oliveira, sua primeira esposa, mãe dos seus cinco filhos e com quem conviveu por mais de 40 anos, até que ela faleceu. Paulo faleceu em 1997, após insuficiência cardíaca.
Além dos filhos e da segunda esposa, após quase dez anos de matrimônio, Paulo deixou um legado, estudado e desenvolvido ainda hoje em todo o mundo. Compreendia a Educação como uma prática para liberdade responsável, acreditando que, uma vez conscientes das opressões e injustiças que sofrem, as pessoas podem agir e transformar a realidade em que vivem. Ele defendia a alfabetização como um ato revolucionário, capaz de emancipar o povo brasileiro.
Revolucionário porque por meio da alfabetização, segundo ele, muitos poderiam sair da “situação de submissão, de imersão e de passividade por não conhecerem a ‘palavra escrita’”. Por isso lutava, por meio da Educação, por uma “sociedade mais justa e menos perversa [...], por uma sociedade realmente democrática [...] na qual todos pudessem ter voz e vez’". E por acreditar nesse caminho, o estudioso criou um método de alfabetização de adultos chamado Método Paulo Freire.
E em 1963, em Angicos (RN), ocorreram as primeiras experiências com desse método, “onde 300 trabalhadores rurais foram alfabetizados em 45 dias”. Devido ao rico resultado, em 1964, “Paulo Freire foi convidado pelo presidente João Goulart [...] para repensar a alfabetização de adultos em âmbito nacional”. O programa visava alfabetizar e politizar 5 milhões de pessoas. Mas com o Regime Militar de 1964, o Programa Nacional de Alfabetização foi extinto por meio do decreto nº. 53.465.
Freire foi perseguido durante aquele período (1964-1985) e buscou asilo político na Bolívia e depois no Chile. Lecionou como professor universitário nos Estados Unidos e foi membro do Conselho Mundial das Igrejas na Suíça. Após 15 longos anos de exílio, em 1979 - por meio da Lei Nacional da Anistia, n° 6.683 – ele para o Brasil. Morando em São Paulo (SP), lecionou na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), na Universidade de Campinas (Unicamp) e atuou como Secretário Municipal de Educação de SP.

A partir de uma ideia do próprio Freire, em 1991, foi criado o Instituto Paulo Freire (IPF). Com o desejo de “reunir pessoas e instituições que, movidas pelos mesmos sonhos de uma educação humanizadora e transformadora” [...] “aprofundar suas reflexões, melhorar suas práticas e se fortalecer na luta pela construção de um outro mundo possível”.
Em 1993, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) - indicou Paulo Freire ao Prêmio Nobel da Paz, por reconhecer a sua obra como uma prática “para a emancipação da pessoa, para a liberdade dos povos e à justiça social entre os homens, para a democracia autêntica [...] para a paz entre os cidadãos, num clima de humanização e de conscientização”.
Deixou obras riquíssimas como A Pedagogia da Autonomia e a Pedagogia do Oprimido. Recebeu muitos prêmios, possui 41 títulos Doutor Honoris Causa no Brasil e no exterior. Em 2012, a presidente do Brasil na ocasião, Dilma Rousseff, declarou o educador Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira por meio da Lei Nacional Nº 12.612. Reconhecendo o seu legado de luta em busca de melhorias na Educação no Brasil.
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Fabíola Jardim
Aos 29 anos é bióloga e pedagoga, professora na rede pública de ensino e pós-graduanda de Gestão Escolar, pois acredita que só a Educação construirá uma sociedade mais humana. Feminista, intensa nas intenções e apaixonada pela vida, gosta de cozinhar e estar ao lado das pessoas que ama. Por isso adora passar horas filosofando com o namorado. Tem três gatinhas lindas, a Catu, a Batminha e a Nina, suas paixões. Coleciona muitas histórias e lembranças. Mas vive abraçada com a esperança. (Leia mais aqui!) Foto San Paiva.
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