FICÇÃO, meu amor!
- Lilis | Linhas Livres
- 3 de mai. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de jul. de 2019
Por Isabel Rosado
Imagens Divulgação
Gostar de algo que foi criado por uma imaginação sem limites acaba sendo extraordinário e confortante. O mundo fictício dos filmes, séries e livros, por exemplo, nos dá a liberdade de ouvir histórias mirabolantes e incríveis, narrativas que, por fim, nos motivam e que nos dão força. Para muitos, esse universo é algo tão enraizado no cotidiano que os liberta de realidades maçantes, se tornando, assim, um bálsamo.

Nessa história a paixão se inicia à primeira vista, com uma espiada na tela, seja no cinema ou em casa, ou uma leve passada de olhos por uma página de um velho livro. O primeiro contato surgiu com O Rei Leão (1994) – animação inspirada em Hamlet, de William Shakespeare -, quando aparece o seu lindo nascer do sol, com uma música tocando ao fundo, que arrepia os pelos do pescoço até dos mais céticos.
Alguns animais correm em uma linda paisagem e, quando você menos espera, está no fim do filme! Você chorou, riu e cantou, ficou fascinado com o modo como explicam o ciclo da vida. Mas esse encantamento, não se engane, pode ter começado de forma diferente. Você, pimpolha curiosa, abrindo um livro pela primeira vez, sentindo o cheiro de novo, vendo as pequenas letrinhas e desenhos. Pronto! O suficiente para te encantar.
Estuda o máximo que pode para poder ler tudo que estiver ao seu alcance e entende-los. Passa o tempo, você cresce e enquanto todos os seus amigos curtem uma balada, você é aquele que está em casa ou na fila do cinema para pegar a primeira sessão de Os Vingadores (2012) – adaptação animada dos desenhos em quadrinhos da Marvel Comics. Ou então você é o que chora quando a série favorita chega ao fim, não importa quantas vezes a assistiu.
Fica mais de um ano criando teorias sobre qual será o destino de Game Of Thrones (2011) – série televisiva baseada nos livros de George R. R. Martin -, e discutindo com seus colegas quem será o grande rei. Cada pôster no seu quarto tem um significado e eles estão espalhados para todos os lados. Os livros são guardados como se fossem ouro e ninguém pode toca-los. Suas brincadeiras e sorrisos são as referências que amigos fazem ao mundo que só vocês conhecem.

Essas são algumas das características do que pode vir a ser o apaixonado pela ficção. Talvez seja exagero gostar tanto de algo que muitas das vezes não está ao nosso alcance, isso parece até loucura! Mas de alguma forma se torna tão prazeroso participar desse universo, por exemplo, você pode sonhar acordado e ter grandes oportunidades de reflexão e compreensão sobre diversos temas.
A imaginação é o seu ponto de partida. Ela se desenvolve com uma simples história como Toy Story – Um mundo de aventuras (1995), onde criamos a ideia de que sempre vamos tentar pegar nossos brinquedos com vida. O filme ensina sobre amizade e companheirismo. Star Wars (1977) cria uma legião de fãs nos anos setenta que sobrevive durante décadas transpondo para a adolescência embates sobre uma galáxia em guerra e um povo lutando para não ser calado.
Nele podemos observar a reflexão sobre a necessidade de ter esperança e que a força da sobrevivência, seja ela qual for, sempre estará com você. Pantera Negra (2018) – inspirado nos quadrinhos da Marvel -, carrega tanta cultura e significado que emplacou e encheu salas de cinema no mundo todo, trazendo consigo temas que devem ser lembrados, discutidos e resolvidos com base no afrofuturismo.
Nos apaixonamos pelo Peter Pan e suas aventuras – criado originalmente no livro Peter and Wendy, de James M. Barrie (1911) -, mas quando crescemos e nos vemos enfrentando o mundo, entendemos o porquê dele escolher ser criança para sempre. Um evento que ocorre uma vez ao ano, já há cinco anos consecutivos no Brasil, chamado Comic Con, reúne todo o mundo pop, dando a chance aos amantes da cultura popular de se contentar com esse lado possível e, real, que vivemos. Para aqueles que respiram personagens é a oportunidade de homenageá-los, se caracterizando da melhor forma possível e por alguns dias vivendo o sonho de ser seus idosos da ficção.
São horas de filas intermináveis somente para, às vezes, ficar alguns minutos a frente dos seus atores ou atrizes favoritas. É uma oportunidade para conhecer autores brilhantes, muitos deles que antes eram anônimos se materializam na sua frente e te recebem com obras incríveis e únicas, possibilitando o consumo em primeira mão.
Para aqueles que olham de fora, geralmente acham esse universo realmente insano, mas para os apaixonados vale a pena cada dor nas pernas e nas costas, o não dormir direito, a ansiedade, todo o esforço e dinheiro gasto. Pois por algumas horas o mundo que é fictício se torna tão real e saber que você está inserido nele, fazendo parte de algo maior, te faz sentir confortável e feliz.
Não se trata só de entretenimento, não. A proposta da ficção é que quem a cria quer passar suas mensagens, nos impactar de alguma forma. Cada um sente esse universo excêntrico da sua maneira e tem seus primeiros contatos com ele de jeitos diferentes. Isso acaba se tornando uma extensão da sua realidade e ela é gigante, não podendo ser descrita somente em algumas palavras.
Descobrir que não é o único possuindo essa paixão é revigorante. Você conhece pessoas que compartilham dos mesmos interesses e isso lhe mostra que se você se sente louco por gostar de tudo isso, os pares te provam que ser louco é extraordinário! Sabemos que na vida real não ocorre como nos filmes ou livros de ficção, mas você já se perguntou algo como “e se acontecesse?”, qual seria o seu roteiro?
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Isabel Rosado
Almeja grandes feitos. Possui uma lista de deveres a cumprir durante a vida. Ajudar aos outros e aos animais são coisas essenciais. Sem muitas decisões por enquanto. Criando sonhos e tentando realizar as ideias mais loucas. Isabel Alves Rosado, futura Jornalista, com alma de viajante. (Leia mais aqui!) Foto de Pâmela Ramos.
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