GIULIA VASOVINO
- Lilis | Linhas Livres
- 23 de mar. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2018
Fotos Arquivo Pessoal

Sou uma inconformada. Costumo dizer que minha alma é livre e minha mente é um emaranhado de ideias e pensamentos entrelaçados em uma curiosidade quase insuportável. Aos 21 anos, acumulei dentro de mim uma infinidade de pontos e vírgulas que não levam a lugar nenhum, mas os transformei em poesia, traduzindo para o papel uma imaginação sem limites e todos os sentimentos.
Sou natural de Sorocaba (SP) e pouco vi do mundo. Conheci alguns lugares, deparei-me com algumas pessoas, mas nunca pensei ser o suficiente. Uma das coisas que gosto dizer é que minha inquietação se deve ao dia e horário de meu nascimento. Sou filha do Carnaval, nasci na madrugada da folia, quando a rua se tornou palco de um desfile de fantasias, encontros, desencontros e alegrias. Talvez todas essas cores tenham tomado meu espírito.
A arte de contar histórias surgiu em minha vida logo nos primeiros anos, quando ainda sequer tinha noção do que era um livro ou o que continha nele. Não sabia ler, mas inventava histórias para qualquer exemplar que estivesse ao meu alcance e, não sendo o suficiente, obrigava as pessoas a me ouvirem. Minha imaginação sempre foi bastante fértil. A escrita entrou em minha vida quando tinha entre 7 e 8 anos, marcando-me para sempre.
Os primeiros personagens tomaram forma, os primeiros textos surgiram, primeiro em uma página única, até evoluírem para histórias de 500, 600 páginas – isso quando tinha por volta dos meus 12 anos. Por gostar tanto do comportamento humano, comecei a escrever perfis de estranhos, pessoas aleatórias que cruzaram meu caminho em um dia qualquer. Gosto de observar cada traço e comportamento, imaginando os rumos de sua vida.
O que se esconde por trás daquele semblante? Onde aqueles passos a levarão? O que aquele olhar de canto de olho significa? É fascinante pensar que, enquanto protagonista da própria história, você é somente um figurante para outra pessoa. Esse interesse em pessoas e relacionamentos me fez ingressar na faculdade de Jornalismo para, quem sabe, contar histórias de pessoas incríveis. Entretanto, aos poucos percebi que na teoria as coisas são bem mais bonitas do que a realidade em si.
Então, busco na Literatura minha fonte de inspiração, visando um dia estar imersa no mercado editorial - o curso de Letras sempre me pareceu a melhor opção! É que descrever os detalhes sempre me fascinaram. O pôr-do-sol, a brisa suave tocando a pele, o ruído da chuva contra a janela. A natureza pode proporcionar sensações tão incríveis que é difícil não se encantar, principalmente quando se trata de momentos onde buscamos somente a paz de estarmos sozinhos com nossas ideias.
Não é a toa que adoro sair sem rumo, deixando-me levar somente pela perspectiva de descobrir algo novo ou encontrar algo inesperado. As surpresas são encantadoras. E foi assim, nessa incessante viagem por caminhos inexplorados, que me tornei uma viciada em músicas e playlists. Conforme desfrutava dos pequenos passatempos, descobri na música uma grande aliada para intensificar os sentimentos. O que começou com uma lista simples e tímida de músicas para me ajudar a escrever, tornou-se uma necessidade.
Como, por exemplo, ouvir canções onde quer que eu esteja, sempre adequando as letras aos meus sentimentos. Dias de chuva, dias de sol, tristeza ou alegria. Também acho isso bastante esquisito, confesso. Atualmente encontro-me em um processo de amadurecimento e autodescoberta. É difícil encarar tantas responsabilidades e entender como a vida funciona quando nos deparamos tão brevemente com suas imposições. Por este motivo, não saberia me definir mesmo que tentasse.
Gosto de tudo um pouco, e de nada também. Vivo o presente, desfruto dos momentos e já evito pensar nas consequências; o imediatismo é meu sério problema – embora os pensamentos em excesso, que ocorrem com frequência, possam ser quase tão tóxicos quanto. Para não dizer que não disse nada, gosto de pizza, cachorros, tempos chuvosos, romances, suspenses, bandas que ninguém escuta e uma boa maratona de séries ou filmes. Estou descobrindo aos poucos que também gosto de cozinhar, embora ainda não possa confirmar. Sou uma contradição inconstante, linhas tortas e poemas inacabados.
Eu sou liberdade.
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Giulia Vasovino
Redatora por profissão e escritora nos tempos livres, encontrou nas palavras a melhor forma de expressão. Aos 21 anos gosta de literatura, música, cinema e uma boa conversa. Observadora por natureza, guarda os pequenos detalhes para si e sonha em um dia trabalhar nas grandes editoras ou, quem sabe, se aventurar fora do país. Ah, e claro, ter uma biblioteca igual à da Fera! Como gosta tanto de dizer, seu coração e sua alma são livres, assim como as linhas que escreve!
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