HELEN SOUZA
- Lilis | Linhas Livres
- 5 de jan. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2018
Fotos San Paiva | Fotopoesia

Escrever sobre quem sou eu provoca-me uma leve inquietação e muitas reflexões; permite-me relembrar as histórias de minha vida e leva-me ao encontro com meu mais íntimo ser. Carrego memórias de uma trajetória feliz e cheia de desafios ainda a cumprir. Somei experiências com erros e acertos, mas a procura por novos conhecimentos é contínua e, com frequência, deparo-me com as incertezas. Sou eu, humana.
São 33 anos de construção. Sorocabana, a primogênita de uma família tradicional e conservadora, foi aos poucos que fui conquistando maturidade. Atualmente, sou uma mulher forte e guerreira, mesmo diante de situações que tentam enfraquecer-me. Recordo que demorei em aceitar minha própria identidade, neguei por muitos anos meus cabelos crespos por acreditar nos padrões de beleza ditados pela sociedade.
Sou filha de pai negro e mãe branca, nasci com a pele clara e cabelos crespos. Foi só na juventude, após o primeiro emprego, que comecei a ter acesso aos produtos para cabelos afros. Muita coisa aconteceu e assumi-los natural foi um processo de libertação, que pretendo contar aqui em outra oportunidade, mas que me ajudaram a reafirmar minhas raízes históricas e culturais; pois, sou herança de meus antepassados, meu corpo, meus traços, meu jeito de ser, de existir e resistir!
Aos 20 anos de idade, escolhi cursar Serviço Social, fiz parte da primeira turma do curso em Sorocaba. Formei-me em 2008 pelo Instituto Manchester Paulista de Ensino Superior, antigo IMAPES. Hoje, atuo como assistente social na Prefeitura de Porto Feliz; já são nove anos de trabalho desde a primeira experiência no setor privado.
Durante o processo de formação acadêmica, ocorreram várias transformações de pensamentos, que mudaram meu olhar sobre o mundo e como funciona a sociedade. A consciência crítica substituiu o senso comum, abandonei velhos hábitos que não me cabiam mais, desconstruí preconceitos sobre coisas que não entendia, e o inconformismo com as desigualdades sociais tornou-se diário.
Acreditar numa sociedade mais justa e lutar pelos direitos humanos faz-me sonhar ainda hoje, mesmo fazendo a leitura da realidade em tempos tão sombrios. A busca e a construção do saber lapidaram-me como ser humano, empoderaram-me como mulher e fizeram-me profissional.
Já as aventuras pelas estradas, por caminhos prazerosos, fizeram-me descobrir que viajar é muito bom e possibilitaram-me conhecer lugares diferentes; foi um dos grandes investimentos em minha vida. Experiências que também pretendo detalhar aqui, em textos futuros.
Mas adianto que já viajei sozinha, e a primeira delas foi quando escolhi conhecer o Nordeste brasileiro. Fiz isso sem planejar roteiros e segui com destino a Porto Seguro, na Bahia, somando a intenção de redescobrir-me e conhecer a Cidade do Descobrimento do Brasil. Durante uma semana, pisei em lugares maravilhosos e fiz amizades com pessoas sensacionais.
Não me senti só porque não tive tempo para solidão. Decidi então planejar outros destinos, pelo menos uma vez ao ano! Foi uma das experiências mais ricas de minha vida e a única viagem sozinha. E foi diante de algumas outras oportunidades que descobri também que viajar com os amigos é importante.
E necessário para rejuvenescer e renovar as energias, e compartilhar destinos, momentos e diferentes lugares com a família é como se eu carregasse na mala um pedacinho do aconchego e a segurança do nosso lar. Sentimentos que fazem as lembranças tornarem-se inesquecíveis.
Adoro praias, cachoeiras, trilhas, jardins, campos e matas. A natureza sempre me fez bem e o contato com ela é terapêutico. Sair para dançar, comer, brindar e rever amigos são momentos de alegria que promovem equilíbrio frente às correrias e loucuras da vida.
Sou solteira e, por enquanto, moro em Sorocaba com meus pais, Roberto e Lúcia. Tenho um namorado lindo e companheiro, com quem compartilho sonhos, planos, muitos momentos bons e alguns não tão legais assim, o que nos aproxima e nos faz crescer. Ele chama-se Darlyson, mais conhecido como Will, e eu chamo-o carinhosamente de Nego. Minha família é minha melhor companhia, além de meus pais, tenho minhas irmãs Jéssica e Gabriela, cada um deles com sua essência e importância, inclusive os agregados.
Quando nasceu meu primeiro e único sobrinho, o Davi, filho da Jéssica e do meu cunhado Rogério, a alegria foi inexplicável e sempre, quando estamos juntos, a felicidade transborda. Ainda me mantenho distante ao pensar na maternidade, confesso que tenho meus medos, inseguranças pessoais e preocupações com o mundo. Porém, sei que no futuro somente eles poderão continuar a minha história.
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Helen Souza
Assistente social, especialista em políticas públicas no contexto do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), servidora pública, atua na área há oito anos. Atualmente, desenvolve o trabalho com famílias e é profissional de referência do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos, sua mais nova paixão. Sonhadora, combativa, não deixa de se incomodar com as injustiças e desigualdades sociais. Tem 33 anos, solteira e apaixonada. Uma mulher guerreira e que continua em construção. Gosta da natureza e de viajar. A família sempre foi a companhia mais especial de sua vida.
Helen também escreveu:
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Um verdadeiro talento essa minha sobrinha , vai longe ainda , muito longe , todos que te conhecem torcem por você , ( principalmente eu ) .
Lindo texto Hellen! Além de linda inteligente e simpática, uma garnde mulher com jeitinho de menina. Sucesso sempre!
Que texto... me fez viajar Parabens!