LAURA DE ARO

Fotos San Paiva | Fotopoesia

A escrita é a forma que posso expor o que sinto. Esse sentir que não tem palavras verbais. Já viu o peixe que pula em cada parágrafo? Pois bem, caro leitor, vou contar a história. Neste dia, estava esperando uma carona e essa carona não chegava. Então, voltei para o quarto e liguei a música do Chico Buarque. Sabe quando a música desaparece e fica você com você mesma?

Pois bem, entre um pensamento e outro retornei às raízes. Relembrei o enigma de compro ou não compro o livro do Einstein? Parece bobeira não é mesmo? Mas eu pensava no livro e não comprava. Parecia que algo desviava o caminho. E desviou. Pois neste dia, a cócega veio. Veio assim, sem pedir licença. Fiquei no velho dilema. “Não adianta comprar livros e se somente se espelhar nos outros”.

E ainda: “Tenho que descobrir meus próprios pensamentos. Meus próprios jeitos de descobrir a vida”. E logo, naquele turbilhão de sentimentos, como um sopro vivo e suave, eu escrevi “Helena”. Minha auto-personagem em terceira pessoa. No começo, não entendia muito o que era aquele sentimento que me brotava. Achava engraçado colocar no papel meus peixinhos.

Mas eis que a curiosidade aumentava e a sede da escrita me consumia mais e mais. Comprei um caderno onde podia escrever o que sentia. Não importava a hora, o dia, inverno ou verão. Ele existia. Caminhamos lado a lado. Fui mais além. Cada vez que vivia a vida, sentia a escrita se aproximando mais de mim. Uma maneira de dizer o que ninguém diria pra mim. Uma maneira de ouvir a dignidade do silêncio de todos nós.

Se te escrevo, escrevo com o coração. E com o tempo, fui perdendo as preocupações das regras de gramaticais. Dessas aí que todos nós conhecemos. Tem ponto final? Tem vírgula? Esquece. Parece que a gente sabe, pois os pensamentos brotam. Recentemente fiz um curso de extensão universitária que me fez amadurecer, tanto na escrita como na minha existência. Vou contar toda história.

Recebi um e-mail da Universidade de Sorocaba (Uniso), onde curso Psicologia, com oferta de uma lista de cursos de extensão. Então abri e dei uma olhada. Assim, como quem não quer nada. Passou a semana e esqueci. Até que encontrei minha amiga Maíra Alves, colega de curso, e conversamos. Ficou combinado que faríamos e fizemos o curso de Escrita Livre.

E foi uma felicidade atrás da outra. Estava descobrindo um mundo que nem cabia em mim, mas cabe em todos nós - todos aqueles que, de alguma forma, usam a arte para expressar esse sentir que não mede-se somente em palavras. Descobri os colegas do curso. Cada um da sua maneira. Cada um com a sua escrita. Cada um com seus afetos. E por fim, descobri meu lugar. No final do curso de escrita tivemos que escrever um texto especial e é esse texto que compartilharei com todos vocês em breve. Até mais.

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Confira também, pela mesma autora:

- Espelho, espelho meu!

- Alarme vivo!

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Laura de Aro

Essa dor que paira sobre amar os livros vem de muito tempo. Desde pequena lembro dos livros que lia. Lia-os e depois, eu e a minha amiga conversávamos sobre o que gostávamos e não. Sabe, caro leitor, troca de figurinhas? Depois de tardar, como um desabafo da existência, a escrita foi crescendo junto com a leitura. Cada vez mais eu lia e escrevia. A dor dos livros passou, quem sabe quase que um desinteresse vagabundo. A dor da escrita se criou. Entendo que escrever é criar e, por meio desta arte, poder expressar o que paira no ar. Se em dias de angústia foi desabafo, hoje não posso dizer o mesmo. Meu nome é Laura, tenho 22 anos. Esse ano me formo! Quase ia me esquecendo, sou estudante de Psicologia, prazer. @ldagalera no Instagram

Laura também escreveu:

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- Alarme vivo!

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