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O HOMEM no banco ao lado!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 12 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura

Por Vinícius Figueiredo

Imagem Divulgação

Este é um texto de amores proibidos, de paixões escondidas e sentimentos que jamais serão revelados. Ora porque não devem ser ditos, ora porque não há palavras no mundo que possam explicar meus sentimentos por essas pessoas.


Sempre existiu um homem no banco ao lado que me fez imaginar um casamento na praia, uma vida de “felizes para sempre” num apartamento lindo em Nova Iorque (EUA) ou uma grande decepção amorosa que se tornou a mais bela história de amor.


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O melhor amigo foi o primeiro de todos. Mais de uma década de sentimentos que vieram e foram, pequenos bilhetes passados discretamente, com direito a carteira que ficava ao lado da minha; conversas, risadas, lágrimas, discussões e promessas jogadas aos sete céus.


Uma amizade de dar inveja em qualquer outra. E no fundo, um segredo, duas pessoas que se amam, mas não podem ficar juntas pela incerteza de quem são e pela certeza mais que absoluta de que a sociedade impiedosa e sem misericórdia em que vivemos faria de tudo para destruir cada resquício do nosso amor.


Mesmo depois de termos declarado o que sentíamos um pelo outro e nos despedido, ainda sinto que o tenho comigo a cada momento. Jamais esquecerei aquele homem que sentou no banco do meu lado, até porque esse banco era mais que um simples objeto, era o meu coração que, por sua vez, ainda pertence completamente a ele.


Com meu crush da van foi diferente, já que não havia nenhuma beleza extravagante, à primeira vista, naqueles traços finos de expressões tímidas que marcavam sua face. Minha paixão nele veio com a convivência e as poucas palavras trocadas, sendo muitas delas provocativas.


Meu sentimento veio acompanhado de cada gesto que compartilhávamos, como a cumplicidade que tínhamos ao não esconder o conteúdo da tela de nossos celulares, pois a esta altura já sentávamos um ao lado do outro e não mais nos extremos da van.


Toda a beleza que vejo nele atualmente veio de observações que fiz sobre a pessoa maravilhosa que ele é, como o dia em que percebi que quando ele utilizava roupas claras ou coloridas, sempre se encontrava mais feliz e comunicativo.


E, Deus, como eu adorava sua voz arrastada e com todos os “erres" bem pronunciados! Atualmente percebo que, minha paixonite desenfreada de adolescente, atualmente se tornou admiração e vontade de aprofundar ainda mais os laços da amizade.


Houve também os encontros passageiros, como o moço do avião. Um ser intrigante e misterioso, eu diria. Foram as 12hs de voo mais excruciantes da minha vida. Na primeira hora, cada centímetro do meu corpo me compelia a observar aquela figura divinamente bela sentada bem ao meu lado, assistindo ao meu seriado favorito.


Nas três horas subsequentes o observei, eu estava com um olho na mini televisão do meu assento e o outro naquela figura que… Naquela figura que transformou inconscientemente cada parte do meu corpo que o venerava por sua beleza em algo funesto e sombrio, porque durante todas as 8 horas seguintes do voo, ele utilizou um pequeno cobertor doado pela companhia aérea como um tipo de manto fúnebre, cobrindo sua cabeça por inteiro e, só eu sei, o quanto a visão daquilo me asfixiou.

Nunca chegamos a trocar quaisquer palavras que não fossem um “com licença” ou “me desculpe”. E é em meio a esse mar de emoções e de pessoas que me questiono sobre o quão grande é o meu coração.


Um coração onde cabe o amor da minha vida, um sentimento de intensa paixão, o que eu consideraria um fascínio momentâneo por alguém e o quão forte ele é por aguentar todas as alegrias e decepções advindas desses amores.


Depois de muito tempo pensando, concluo que, é melhor não pensar em assuntos como o amor, já que este não deve ser racionalizado e, sim, sentido e expelido por cada parte do corpo, desde o dedinho do pé até à ponta do fio de cabelo mais alto.


Se me arrependo de não ter dito ou feito algo em prol do meu amor por essas pessoas? Não, não me arrependo. Jamais vou olhar para o passado e pensar em mudá-lo, já que isso demanda pensamento e racionalidade, coisas que o amor não compreende.


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Vinícius Figueiredo


O estudante de Jornalismo pela Universidade de Sorocaba (Uniso) é um ser criativo, ousado, original e sociável. Alguém que percebe o mundo emocional por meio de um olhar detalhista e sensível, que por vezes pode aparentar ser frio e introspectivo, mas na maior parte do tempo é um amigo fiel. Ama séries, livros, filmes, vive intensamente cada momento e por isso acredita que a mais profunda forma de desespero é escolher ser outro que não a si mesmo. (Leia mais aqui!) Foto de Pâmela Ramos.


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