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RANCHARIA, um lugarzinho para recordar!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 1 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2018

Por Antonia Ribeiro

Imagens Google Earth, Tratamento San Paiva | Fotopoesia


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Quando fui avistando de longe, ainda na estrada, a torre da igreja de São Francisco de Assis, ponto central da pequena Rancharia, distrito de Granito (PE), no meio do sertão nordestino, o meu coração já acelerou. Não via a hora de chegar!


Aproximando-me, logo senti o cheirinho de pão assando na única padaria do vilarejo – com cerca de 700 habitantes. Um vilarejo que ainda hoje não tem pontos turísticos, mas tem lugar nas minhas melhores recordações, todas maravilhosas.


Lembranças como a festa católica em louvor do padroeiro, São Francisco de Assis, que acontece em outubro; uma tradição de muitos anos e que muitas pessoas daquela região prestigiam.


Todos que pra lá se vão nesta época do ano querem provar o queijo coalho, por exemplo. Produzido artesanalmente por famílias locais que foram passando o ofício de geração em geração e nunca deixaram perder essa tradição.


Recordo também do cantar dos pássaros, logo ao amanhecer, o barulho da chuva no telhado, das gotas caindo no chão, me convidando para caminhar e sentir o cheiro da terra molhada do sertão.

Tomei alguns banhos chuva embaixo das bicas formadas pelos telhados das casas. Lembro-me de ver o pôr-do-sol com uma amiga, sentada em cima de um pé de goiaba, e das horas que passamos conversando. E de depois esperar o cair da noite para, reunidos na praça e nas calçadas das casas, de conversarmos com amigos e darmos risadas das histórias do passado.


Eu nasci em Exu (PE), vizinha a Granito, a cidade do Rei do Baião, Luiz Gonzaga – o Gonzagão -, que fica 17 km de distância de Rancharia, onde morei. Lembro-me que tinha cinco anos quando eu e minha família nos mudamos de lá e fomos morar na Bahia, em busca de melhores condições de vida.


Somente adolescente, aos 17 anos, voltei para Rancharia, num passeio com minha mãe. Foi bem na época da festa do padroeiro. Foram apenas quatro dias que passei por lá. Eu não costumava ir a festas e minha mãe resolveu me levar com ela, para visitarmos os parentes.


Na primeira noite fomos a um clube onde tinha uma banda tocando; eu nem sabia dançar direito, forró então, era um horror! Por isso procurava sempre ficar sentada, olhando o movimento.


Mas, pra minha sorte, um rapaz me chamou para dançar e, com vergonha de recusar, acabei indo – o que foi um desastre, nunca esqueci daquele episódio. Acredito que ele também não.


Mas aqueles poucos dias foram maravilhosos. Vivi momentos que marcaram a minha adolescência - histórias que posso contar aqui depois, em outro momento.


O que ficou pra mim é que Rancharia é um lugarzinho sossegado e pacato, onde conheci pessoas simples e maravilhosas, que mesmo depois de muitos anos e da distância, ainda mantenho contato.

Atualmente percebo que as coisas simples são as que mais sentimos falta. Reviver esses momentos me traz lágrimas nos olhos, de tanta saudade. Saudade de um lugar, de pessoas, de um tempo.

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Rancharia

Rancharia é distrito de Granito, sertão pernambucano, a 600 km da capital, Recife. A principal via de acesso é pela rodovia BR-232, construída há 18 anos. Juntamente com o Distrito Sede e os povoados de Lagoa Nova e Mato Grosso, Rancharia – que tem apenas 700 habitantes -, compõe o município de Granito - que por sua vez abriga 7.300 habitantes, segundo o censo do IBGE/2015. A cidade tem 127 anos de emancipação da vizinha Exu – no alto sertão, de quem era distrito. Foi criada pelo padre José Modesto Pereira de Brito – potiguar oriundo das missões jesuítas portuguesas, que em 1859 iniciou a construção da igreja em louvor à Nossa Senha do Bom Conselho, tornando o lugar povoado e que, transformou-se depois, em matriz de Granito. Está inserida na chamada Depressão Sertaneja, geoambiente semi-árido e bioma da caatinga. O Índice de Desenvolvimento Humano é tido como baixo, com renda per capita em média de R$550. A economia, que nasceu com a agricultura, atualmente é focada no setor de serviços. A festa em louvor de São Francisco de Assis é realizada em 4 de outubro. Informações: www.granito.pe.gov.br.


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Antonia Ribeiro (Nenna)

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Pedagoga, mãe de três filhos - Alysson, Daniele e Arielly -, e tem um coelho chamado Rubi. Trabalha num projeto social para crianças e adolescentes como coordenadora pedagógica, é romântica e sonhadora. Acredita que o mundo será melhor se as crianças forem realmente cuidadas. (Leia mais aqui!) Foto: San Paiva | Fotopoesia Antonia também escreveu:

*Antonia postará mais textos em breve, curta nossa página e fique sabendo! **Conheça os demais autores aqui! (#antoniaribeiro #nena #pernambuco #rancharia #linhaslivresblogue)

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