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RAQUEL TEIXEIRA

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 5 de jan. de 2018
  • 5 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2018



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Tenho 16 anos de histórias, lembranças, sentimentos e sonhos. Nasci Raquel Teixeira dos Santos, dia 27 de janeiro de 2001, em Sorocaba (SP). Teixeira é da minha mãe e Dos Santos é do meu pai. Também sou irmã de Gabriel.


Na minha infância, fui cercada de brincadeiras, aventuras e de pessoas que amavam. Eram meus pais, avós, bisavós, tios e tias que me deram toda a sustentação e educação para eu ser o que sou atualmente.


Mas naquela época era muito arteira, chegava cada dia com um ralado novo. E muito, mais muito xereta. Queria saber o porquê de tudo, os mistérios da natureza e do mundo. É, talvez eu não tenha mudado tanto assim.


O que mudou foi o sentimento de leveza, liberdade e encontro com meu interior. Quando criança, você não tem a noção da dimensão do mundo, de como é crescer, assumir responsabilidades e ter pressão a todo tempo.


A criança apenas vive genuinamente e vive feliz. Eu não tinha noção de como era o mundo, mas eu conhecia, de norte a sul, os meus sentimentos e desejos. Entretanto, continuei crescendo - apenas de idade, porque de tamanho eu parei no 1,60 m. Com isso veio a adolescência. Estou vivendo nessa fase.

Minha mãe diz que não dou muito trabalho. Talvez agora com 16, mas, quando com 13 ou 14 anos, eu dava sim. Eu ainda era muito criança, não entendia muito o funcionamento do mundo. Vivia ali no meu universo.


Mas não dava mais para ser uma criança e então Deus, sendo tão perfeito, conduziu-me a dois acontecimentos que mudaram minha vida, minha história e quem sou até aqui.


O primeiro foi o basquete. Comecei a jogar com 13 anos e jogo até hoje. Mas até então nunca havia jogado nem sequer gostava ou conhecia alguma coisa sobre. Sempre tive influências esportivas em casa: minha mãe jogou vôlei em sua adolescência, meu pai futebol e meu irmão, desde criança, também pratica futebol.

E eu acabei tendo um hibridismo de conhecimento de esportes. Mas o basquete não estava dentro. E mesmo gostando e tendo costume da prática de atividades, no começo da adolescência, eu estava muito mórbida.


Chegava da escola, almoçava, assistia televisão e dormia a tarde toda. Então, minha mãe, em um determinado dia, deu um basta: “Chega! Você vai fazer alguma atividade, não pode todas as tardes ficar enfurnada nesse quarto”.


Aí, ela levou-me a uma academia ao lado da casa dela, pois ficávamos bastante lá. E, por coincidência, encontrei uma amiga, a Giovana, que morava no mesmo prédio de minha vó.


Estava um pouco distante dela, mas reaproximamo-nos. Então, naquele dia eu saí da academia e voltei com ela para o prédio. E ela foi para a quadra e começou a jogar basquete.


Ela começou a ensinar-me algumas coisas, porque eu não sabia nenhuma regra ou fundamento. Até que um dia, ela levou-me treinar; na época, jogava no time de Votorantim (SP). Eu simplesmente me encantei e, depois, fui-me aperfeiçoando.


E sim, jogo basquete com 1,60 metro de altura e isso não quer dizer nada. E quando conto essa história às pessoas, perguntam-me: “Se você gostava e já sabia jogar vôlei, futebol ou handebol, por que escolheu um esporte que não sabia nada?”


E é exatamente essa a resposta: eu não sabia jogar basquete. Eu não sabia nada e foi por isso que quis fazer e encantei-me. Eu sou assim. O que eu não sei, eu quero aprender, quero dedicar-me para saber sempre mais. Não sou uma pasta de computador que você insere apenas coisas de determinado assunto. Quero ser todas as pastas, quero ter um pouco de tudo em mim.


O segundo acontecimento foi há uns dois anos, quando meus pais se separaram. Foi um abalo muito grande. Sofri muito e ainda sofro. Costumava-me indagar a Deus do porquê de Ele ter permitido que acontecesse algo assim com a minha família. Justo agora que estou crescendo, que tenho responsabilidades, preciso ir bem na escola, dedicar-me para os vestibulares e que seria primordial a presença de um pai e uma mãe dando-me suporte.

Mas Deus é perfeito. É igual a mensagem da série televisiva norte-americana Game of Thrones: nada que acontece é em vão; tudo tem um propósito. E foi com esse pensamento que consegui extrair somente o bom dessa história.


Comecei a dar mais valor à minha família e às pessoas que querem meu bem; agradecer as oportunidades e aceitar as mudanças da vida. Sou o que sou hoje por conta desses dois episódios que jamais imaginaria que aconteceria comigo.


Esses dois acontecimentos foram o aperfeiçoamento da minha pessoa. Com eles, deixei de ser criança e passei a ser uma mulher. Passei a amadurecer. Mas com o amadurecimento, veio também o desencontro com o meu interior.


Eu passei a achar-me no mundo, a ver o meu propósito, mas afastei-me do meu interior. Tenho espírito revolucionário. Quero melhorar o mundo, as pessoas. Quero quebrar barreiras e paradigmas, acabar com preconceitos e violência.


Quero amor, humanização, união, crescimento. Sou definida nesses propósitos, mas não em opiniões. Quero ouvir o lado de todos, entender e ajudar. E talvez só um pouquinho sonhadora também, porque ninguém vive sem eles.

Mas meu propósito maior é deixar algo de bom nesse mundo. E isso demora. Talvez, por ser um pouco ansiosa e imediatista acabo achando que meu propósito não está-se cumprindo.


E talvez por isso eu consiga entender os outros e não a mim mesma. Fica tudo muito confuso aqui dentro. Eu quero ser engenheira, mas quero também ser escritora. Sou jogadora de basquete, mas adoro um vestido e salto.


Quero quebrar todos os tabus e padrões sociais, mas talvez meu interior não esteja sabendo absorver tudo isso com rapidez. Às vezes, sinto que posso abraçar e mudar o mundo, mas que não me encaixo em posição social alguma.


Sobre não saber responder à pergunta: “Quem sou eu?”; é exatamente isso. Eu não sou um eu. Eu sou várias “Raquéis”. E com essa confusão no interior, muitas vezes não saio do lugar. Não consigo me expressar ou fazer os outros entenderem o que quero dizer. Talvez, por isso que sempre acabo tendo sonhos nos quais não consigo falar ou gritar; por não saber identificar meus medos, sentimentos e de fazer valer minhas ideias.

Sinto que estou sendo observada por mim mesma. Talvez, numa linguagem mais técnica, seja o choque entre meu ego e meu self (de Freud e Jung). E como alternativa, escolhi escrever. Escrever primeiro para satisfazer coisas que estão dentro de mim e depois para outras pessoas.


Escrevo porque aqui posso ser livre, errar e ter apenas a correção ortográfica do Word, julgando-me. Escrevendo eu posso misturar as ideias que eram para estar no começo e colocá-las no final. Talvez, aqui, eu encontre minha plenitude e consiga estruturar-me para cumprir meu propósito.


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Confira também, pela mesma autora:


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Raquel Teixeira


Tem 16 anos de histórias, lembranças, sentimentos e sonhos. Estudante, ela é o símbolo da metamorfose e representa a geração dos que acreditam na palavra. Por meio da lírica, constrói um novo trilho para um futuro melhor. Desenvolvendo a escrita pela paz, amor e humanização, ela arrisca, observa e compartilha sentimentos e histórias reais para cumprir esse propósito e alcançar a própria plenitude.


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3 Comments


arevicul
Feb 04, 2018

Nossa!!! Chorei do início ao fim do texto...só tenho a dizer.Raquel você vai longe Menina, Mulher, tem muita maturidade com apenas, dezesseis anos...Parabéns!!! bjus

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Lilia.C
Lilia.C
Feb 01, 2018

Adorei belo texto linda bjs...

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vheidemann
vheidemann
Jan 06, 2018

A Raquel é uma garota brilhante. Fico feliz em pode acompanhar seu crescimento nas disciplinas que compartilhamos duas vezes por semana. Sou professora, mas é ela com seus colegas que sempre me ensinam.

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