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REENCONTROS e recomeços!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 11 de fev. de 2019
  • 4 min de leitura

Por Miriã Almeida

Imagens Henn Kim


Para esse ano de 2019, eu procuro apenas três coisas: reencontro, aceitação e recomeço. Olho para 2018 e vejo um ano passou rápido, mas deixou uma sensação de eternidade ao longo dos seus doze meses. Observei que foi um período difícil para diversas pessoas conhecidas, que deixaram suas opiniões em suas redes sociais e, até mesmo, em rodas de conversas mais íntimas, com amigos e familiares.


E para mim não foi diferente. Que ano! Não me levem a mal, ele teve suas vantagens, vitórias e parcelas de momentos bons em minha vida. Finalizei-o aprovada no meu trabalho de conclusão de curso, o famoso TCC, e tornei-me jornalista, agora formada. Felizmente, assim como meus amigos e colegas de classe. Mas esse ano que se findou eu também me perdi.


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Confesso isso porque sei da sua veracidade. Nesse período longo de 12 meses, eu conheci algo que se tornou uma companhia diária: a ansiedade. Tive crises, pânicos e, sim, me perdi. Às vezes as crises começavam sem nenhum motivo. O dia estava indo bem, calmo, sem tantas tarefas ou situações fora do normal, mas um pensamento ruim surgia, me amedrontando, me convencendo que tinha deixado de fazer algo importante, que eu tinha esquecido o que me falaram e que o que eu fiz estava errado.


Então, essa sensação ruim habitou-me. Passei a verificar repetidamente várias situações do meu dia a dia. Li e reli minha monografia mais de vinte vezes, verifiquei as portas da minha casa, como as da minha sala de serviço, porque jurava que não as tinha trancado; atualizava meus e-mails frequentemente e até mesmo os excluídos, achando que tinha apagado algo importante.


A minha confiança tinha ido embora e passei a ser refém da ansiedade e do pânico. Os que convivem comigo, família e amigos, compreenderam que a fase que eu estava vivendo era o principal motivo: monografia e TCC, além de mais responsabilidades no serviço e o medo pelo fim da faculdade – entenda, receio do novo, daquilo que estava por vir. A eles eu agradeço pelo apoio, cuidado e paciência comigo.


Cheguei até o último dia do ano em pé, embora no meu íntimo tivesse medo de não chegar - pelo menos não com saúde e completa sanidade. Comemoramos a virada do ano em minha casa, todos juntos, em família. Observei meus pais felizes, meu companheiro, meus tios e tias, todos rindo, meus primos brincando. Fiquei em silencio por momento e filtrei tudo o que eu passei.


Sei que promessas de um ano que se inicia são clichês e talvez seja por isso que digito esse texto entre final de janeiro e começo de fevereiro. Entendam que não é um texto sobre metas, mas é um texto de conquista, porque reconheço que na vida se vive um dia de cada vez, portanto não podemos nos prender às metas, limites e obrigações. A vida tem que ser leve, gostosa de ser vivida.


Hoje, ao findar do dia, sinto que venci o primeiro mês do ano. Eu fui a fundo dentro do meu ser, briguei com a minha mente e teimei com meu coração, gritei para a minha alma que eu precisava de mim mesma. E sinto que me reencontrei. Aceitei o ano que se foi, aceitei que a ansiedade existe, aceitei que não somos perfeitos e que não devemos viver com medo de errar, porque uma hora ou outra isso vai acontecer.


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Mas aceitei, principalmente, que as coisas podem mudar, que eu posso me transformar e fazer desse novo período algo realmente diferente. Eu escolhi recomeçar. Mudei minha alimentação porque acredito que seja fundamental. Passei a comer coisas que me agradam, que me deixam leve e que contribuem para o meu organismo. O corpo precisa estar em harmonia e assim a mente também estará.


Também mudei minha rotina, ainda mais que agora não curso mais a faculdade à noite, então, estou buscando fazer uma coisa diferente no período livre. Indo aos lugares que me fazem bem, estando mais com a família, curtindo minha casa e descobrindo os cantinhos que mais gosto dela. Além disso, tive uma conversa séria e essencial com a minha fé.


Chorei e contei em minhas simples orações tudo o que me atormentava. Passei a buscar mais o Pai – a quem acredito -, em meus dias e noites. Portanto, entrego e confio Nele. Fui atrás de um velho hábito que se encontrava adormecido: ler. Me associei há um clube de livros e pretendo ler um livro por mês. Não é uma meta, é uma intenção.


Se eu mencionar que os medos foram embora estaria mentindo. Eles ainda me assombram, chegam de mansinho e começam a cuspir pensamentos ruins, que não contribuem com meu bem-estar, mas me sinto feliz por minha voz interior estar sendo mais alta do que eles. Sei que é resultado das minhas humildes preces e do amor gigante do Pai. Imagino que eu não seja a única pessoa que enfrentou situações como essa, então, para elas desejo as mesmas coisas que pedi à mim: reencontro, aceitação e recomeço.


*Henn Kim é uma ilustradora sul-coreana que desenha imagens conceituais e minimalistas em preto e branco, sempre envolvendo elementos psíquicos comuns ao ser humano. Seus traços pontuam metáforas e expõem, principalmente, a alma feminina.


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Miriã Almeida


Dona do mundinho azul, lutando todos os dias com seus próprios leões. Ela é da paz e pela paz. Futura jornalista e, quem sabe, administradora também. Corajosa por acreditar no amor e medrosa para filmes de terror. Coragens absurdas, medos ingênuos. Não há nada que a impeça de acreditar, a não ser ela mesma, mas pode ter fé, um dia ela chega lá. Lá? Aonde? Aonde ela quiser chegar. Foto de Pâmela Ramos.


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