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SAN JOSÉ, na Costa Rica, é destino cultural!

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 20 de set. de 2018
  • 6 min de leitura

Por Luiz Rodrigues

Fotos (1 e 2) Assessoria de Imprensa do governo da Costa Rica e (3 - 7) Luiz Rodrigues


A Costa Rica é um país com costumes, clima e culinária semelhantes aos do Brasil. O povo também é solícito, pronto para atender aos visitantes, e como a língua oficial é o castelhano a comunicação é facilitada, já que tem suas familiaridades com o português. Visitá-lo é, sem duvidas, uma experiência agradável e que não exige dificuldades na adaptação.


O país está localizado na América Central, faz fronteira ao norte com a Nicarágua e ao sul com o Panamá. É banhado ao leste pelo Mar do Caribe (Atlântico) e a oeste pelo oceano Pacífico, tendo as inúmeras praias como maior apelo turístico do país. Mas trata-se de uma república pequena, comparada ao Brasil, com apenas 5 milhões de habitantes. Já a capital, San José, fica no centro do país e é reduto político e financeiro, com cerca de 350 mil habitantes.

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Teatro Nacional da Costa Rica, San José (AI-CR)

Estive em San José em fevereiro passado para apresentar uma pesquisa durante um congresso na Universidade da Costa Rica (UCR). Os sete dias que passei por lá foram muito proveitosos, sem gastos excessivos, pois utilizei a vida cotidiana - com passeios feitos pela cidade, principalmente a pé. Diferente de outros pontos turísticos, San José não conta com praias, então é destino indicado principalmente para quem se interessa por cultura, história e conservação da memória.


Fui ao zoológico, aos teatros, igrejas, museus e escolas - que até pouco tempo eram divididas por gênero. Com calmaria, consegui perceber vários detalhes, muitas vezes despercebidos aos visitantes que vão com guias turísticos e roteiro pronto. O custo de vida é muito parecido com o Brasil e não há muito que gastar em coisas diferentes, a não ser com os presentinhos de lembrança para quem ficou.


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Vista aérea de San José (AI-CR)

San José

Observei que nos outdoors há a inscrição de “Pura Vida” - um cumprimento muito interessante de boas-vindas, que ouvi uma ou duas vezes e que remete ao jeito simples dos costarriquenhos. A moeda local é o Cólon Costarriquenho, que pode ser trocado no aeroporto ou em lojas de câmbio da cidade.


Para se ter uma ideia, R$ 1 equivale à 153 Cólons (CRC). Fiz a opção pelo aeroporto, por ser mais seguro. Vale destacar que o dólar também é moeda corrente em todo o comércio e, por consequência, o troco pode ser feito nas duas moedas. Interessante também que, já na chegada, no aeroporto Juan Santamaria, na capital, há muitos taxistas.


Os profissionais que prestam serviço de transporte nos veículos de cor laranja são mais careiros. O custo até o centro é de US$30, em média; então prefira os vermelhos, que são regulamentados pelo estado e cobram US$20 pelo mesmo percurso. A cidade se assemelha com São Paulo, aqui no Brasil, com imponentes prédios construídos pelos barões do café, ainda muito fortes no país.


Mas a cidade convive com o passado e presente, misturando construções coloniais e contemporâneas. Como o país é um grande parceiro comercial dos norte-americanos, vários de seus símbolos estão espalhados pelo município e também nos grandes comércios, como no Shopping Mall San Pedro, próximo à UCR.

A frota de carros, relativamente nova, tem em sua maioria os fabricantes japoneses, estadunidenses e coreanos. O trânsito é intenso, com o uso de muita buzina para comunicação, principalmente porque os costarriquenhos têm costumes interessantes, como parar no meio da rua para conversar. Nos semáforos, há sinal sonoro para atravessar nas faixas, facilitando a vida dos cegos, idosos, crianças e toda população.


Já o transporte público é composto por ônibus de fabricação alemã, com bancos de plástico, mas com preço muito acessíveis – uma viagem custa em média 260 cólons, o que representa cerca de R$1,50. O sistema não tem catracas ou cobrança eletrônica, o trabalho é feito pelo motorista. As moedas são muito utilizadas para este fim. Na hora da descida, tanto faz descer pela porta frontal ou traseira.


Há funcionários em pontos de ônibus com rádios, controlando a passagem dos veículos e relatando os ocorridos para uma central. No ônibus, vi também um cidadão com o discurso muito conhecido aos que já ouvi no Brasil. Ele dizia: “eu poderia estar roubando, porém estou aqui pedindo um ajuda para sustentar minha família”. Horas depois o vi em um ponto de tráfico, infelizmente.


Os problemas

Como toda cidade grande, os problemas são igualmente encontrados, como sujeira nas ruas, cheiro de esgoto, comércio ilegal, assaltos, drogas. Situações facilmente descritas nas manchetes dos jornais, que são vendidos em muitos pontos da cidade, no comércio e por camelôs. À noite no centro da cidade há de tudo. Desde venda de drogas ilícitas, de DVDs, jogos, muito pedintes e prostituição.


Uma garçonete que trabalha em um restaurante em frente a um cassino famoso - permitido naquele país, porém longe do glamour de Las Vegas (EUA) -, me falou que à noite a cidade se transforma. E é isso mesmo, muda tudo. Há pontos específicos e demarcados para tudo, sempre com os mesmos personagens. Durante o dia pode-se perceber que o problema é o consumo de crack e bebidas alcóolicas. Muitas pessoas amanhecem deitadas pelas calçadas, em sua maioria, homens.

A vida diurna no centro da cidade é frenética e permanece até por volta das 21h, depois disso, o centro comercial começa a ficar vazio, dando espaço para a vida noturna, em bares e danceterias. Os comerciantes gostam de som alto para chamar atenção, assim como em quase todas a lojas durante o dia também, que tem um locutor na porta, chamando para as ofertas, cada um com som mais potente que o outro, virando um disputa sonora.


Lado bom

Várias ruas centrais são fechadas para ao trânsito de veículos, facilitando a passagem dos pedestres ao comércio, como farmácias, lanchonetes, lojas de roupas e bancos. Neste centro estendido, preferi conhecer os pratos locais, que são muito gostosos, com sabores semelhantes aos das nossas comidas. No geral, os pratos sempre têm arroz e feijão vermelho ou preto, legumes e frutas.

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Um prato feito tem preço médio de R$20. O prato mais conhecido por lá, servido até no café da manhã, é o Gallo Pinto - recomendo. Que conta com arroz, feijão, banana frita, ovos, legumes cozidos e frescos, um tipo de carne, geralmente frango ou porco - a carne vermelha é consumida em menor escala.


Um fato interessante é que os açougues fazem frango assado em pedaços, cortam um quarto, meio ou inteiro e fazem enormes pururucas para vender na frente ao comércio. A comida é muito bem aceita pelos moradores locais, mas eu não me interessei muito. Outro fato que chama a atenção é o costume de comer manga verde, facilmente encontrada e consumida por jovens e adultos.


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Confesso também que não me deu vontade de experimentar. Não pela manga, mas pela manipulação. Suspeito que não passaria pela fiscalização da vigilância sanitária. A visita ao mercado municipal mostra a proximidade cultural da nossa alimentação e das ervas utilizadas na comida costarriquenha. A rica variedade de temperos encontrada no país se semelhança com a nossa culinária. O mercado, assim como muitos comércios, tem gatos como vigias. Pressupõe-se que seja para caçar os ratos.


Arte livre

A centenária Universidade da Costa Rica é uma instituição de ensino reconhecida e mais importante do país, com diversos campus e um central em San José, que somam mais de 39 mil estudantes. Com cursos em diversas áreas do conhecimento, principalmente com incentivos à cultura e artes plásticas, proporciona ao povo o trabalho de muitos artistas, que expõem suas produções nas ruas, em praças públicas.



Há de tudo, grafites, peças maravilhosas que retratam a vida cotidiana, trazem críticas, falam da história do país; como a esfera de pedra, um símbolo pré-hispânico, exposta no centro. Todo mostruário é bem cuidado. À noite também tem ações culturais, com participação popular em vários lugares públicos, como praças centrais. Essa parte cultural do país é de extrema competência.


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Para se ter uma ideia, os museus em San José retratam a história do país, como o Museu do Exército, atualmente extinto. Já o Museu de Jade guarda pedras preciosas, peças cerâmicas, madeira e ouro. E o Museu do Ouro, que conta a história Pré-Colombiana por meio das peças encontradas em escavações em sítios arqueológicos. O acesso é franqueado, em determinados dias da semana para visitação pública, para os demais dias um preço simbólico é em média R$20.


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Esticadinha

Encontrei uma plantação muito extensa de café na viagem de trem que fiz até Cartago, primeira capital da Costa Rica. O percurso demora cerca de uma hora e a passagem tem baixo custo, vale a pena a paisagem. Em Cartago, o destaque é uma ruína da antiga igreja paroquial dedicada à Santiago Apóstolo, patrono espanhol, datada de 1575. Foi construída na época da colônia, mas destruída e reerguida três vezes, em 1870, 1903, e 1910 - todas elas devido aos abalos sísmicos. Vale ver. Informações: https://presidencia.go.cr/


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Luiz Rodrigues

Luiz Carlos Rodrigues, conhecido como Luizinho Rodrigues, é mestrando em Comunicação e Cultura pela Universidade de Sorocaba (Uniso), além de radialista, locutor, produtor de áudio, operador de gravações. Trabalha na área de radiodifusão desde 1985 e como diretor artístico de rádio desde 2006. Atualmente pesquisa o desafio de cururu em Sorocaba (SP). (Leia mais aqui!) Foto Pâmela Ramos.


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