SAUDADE, o sentimento!
- Lilis | Linhas Livres
- 10 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2018
Por Tati Patron
Foto Jheny Christofoletti

Nos últimos dias tenho acordado com um aperto no peito. Na minha mente muitas lembranças. Toda música que ouço me leva a uma nostalgia de um tempo que não volta mais. Sabe aquela sensação de querer voltar às origens? Então, a saudade bate forte quando você está a milhares de quilômetros do lugar onde você cresceu.
Então respiro fundo e me recordo do motivo que me trouxe aqui. Era o mesmo aperto no peito, mas com a sede de desbravar o mundo. A decisão de sair da zona de conforto não é tão fácil quanto parece. Ao mesmo tempo sentia alegria e o frio na barriga de ir ao encontro do desconhecido.
Pisar num país que nunca esteve, sem conhecer uma pessoa, sem dominar a língua e muito menos a cultura, foi assim que caiu a minha ficha: estou começando a minha vida do zero.Realmente é renascer. Reviver todas as fases do ser humano, como engatinhar, levantar, andar, falar, e assim por diante. Passar novamente por essas fases me faz pensar que o ser humano é adaptável em qualquer situação, somos selvagens.
Mudar de casa, de profissão, de amigos e formar uma nova família. Em resumo, nós construímos nossas novas vidas onde quer que estejamos. As memórias nunca são esquecidas, é fato. Uma das memórias fortes que ainda tenho é o cheiro do fogão à lenha da casa da minha bisavó, Amabile Patron, em Santa Isabel do Ivaí, no Paraná. Faz 18 anos que não piso naquele chão vermelho, mas se fecho os olhos, aquele aroma vem ao meu nariz.
Lembro-me que quando cheguei a Orlando, Florida, há 18 meses, era tudo novidade. O que mais me conquistou, por incrível que pareça, não foi o ratinho Mickey, mas o cheiro da árvore Oak – cheia de avelãs e esquilos, essa sim estará sempre em minhas lembranças. Assim como me faz falta o cheirinho da casa da minha amada bisavó, se um dia eu partir da América, a saudade será tão imensa quanto.
Com o passar do tempo, nos identificamos tanto com os novos costumes, que já não pensamos mais em viver o que já foi vivido. Pelo contrário, são tantos conhecimentos que o desejo de continuar explorando apenas cresce. E um dos aprendizados que tive nesta minha nova vida é: a saudade mora dentro de nós para sempre. Saudade uma palavra sem tradução, um sentimento que todos conhecem.
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Tatiane Patron
Jornalista, aventureira e gosta de boas histórias, seja para ouvir ou contar sua própria. Trabalhou em jornais impressos de Sorocaba (SP) e São Paulo (SP), também tem experiência em rádio e televisão, e teve sua própria de agência de comunicação. Atualmente, com 30 anos – desbravando a fase balzaquiana -, está em busca dos seus sonhos em Orlando, nos Estados Unidos, e é de onde contará suas aventuras.
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