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TUDO SOBRE Fotografia – 1ª Parte (Juliet Hacking)

  • Foto do escritor: Lilis | Linhas Livres
    Lilis | Linhas Livres
  • 15 de mar. de 2019
  • 4 min de leitura

Por Pâmela Ramos (texto e fotos do livro)

Demais imagens divulgação


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Em Tudo Sobre Fotografia, Juliet Hacking lhe convida a viajar pelas esferas do tempo e espaço que foram eternizadas por fotógrafos que marcaram a história da fotografia desde 1826 até os dias atuais. No livro, publicado em 2015 pela editora Sextante, mais de mil imagens para puro deleite dos apaixonados por imagens. Também pudera, Juliet é uma das maiores autoridades sobre o assunto no mundo, PhD em Fotografia e Arte Contemporânea e diretora do Programa de Mestrado em Fotografia Contemporânea e História do Sotheby's Institute of Art, em Londres, além da autoria de vários livros sobre pesquisa e história da fotografia no mundo.


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Juliet Hacking

A narrativa é traçada por dilemas e histórias que estão presentes em cada um dos registros apresentados na obra, que também mostram a resistência da fotografia em meio aos avanços tecnológicos e a originalidade e habilidade dos fotógrafos que fizeram desse instrumento uma infinidade de possibilidades. “A fotografia teve mais vidas do que um gato sortudo, cada qual com sua própria história conturbada. Também teve muitas mortes. O fim desse meio de expressão foi anunciado com regularidade durante mais de um século”, explica David Campany, no prefácio.


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Dirigido por Juliet, o livro tem 574 páginas e neste texto, faremos um primeiro recorte de 1826 a 1855, que é o primeiro período apresentado pela autora. Então, logo no inicio, a obra aborda os grandes nomes que marcaram o surgimento da fotografia. Como o inventor francês Joseph Nicéphore Niépce, que carrega o título de autor da foto mais antiga e preservada até hoje, a chamada Vista da Janela, em Le Gras (1826/1927). Além dele, Louis Mandé Daguerre em 1837 conseguiu fazer com que a imagem fosse fixada de modo permanente com a câmera escura. E Willian Fox Talbot elevou a arte à comercialização com os daguerreótipos (1939), entre outros nomes e feitos.


O mais interessante neste primeiro capítulo, podemos assim chama-lo, é que é possível perceber que já no nascimento da fotografia, o cenário era predominantemente masculino. Até 1855, por exemplo, apenas duas mulheres foram localizadas e citadas pela pesquisadora. Anna Atkins (1779-1871), com referência às belas artes produzidas, e Julia Margaret Cameron (1815-1879), que mesmo com sua criatividade para retratos, foi classificada pela comunidade fotográfica como “uma pobre excêntrica incapaz de utilizar os equipamentos que tinha nas mãos”, na página 10. O que nos leva a observar que os homens sempre tiveram destaque nos principais acontecimentos da fotografia.

E que a mulher, por sua vez, não era inclusa ou motivada a seguir na carreira por ser definida como incapaz de utilizar a câmera fotográfica, desmerecendo, por exemplo, o que atualmente é valorizado, os mais diferentes olhares e, por consequência, as contribuições femininas. Contudo, é importante destacar a habilidade de registros fotográficos de muitos dos fotógrafos apresentados na obra e que possuem uma grande importância no desenvolvimento da tecnologia, além de ter inspirado tantas outros trabalhos pelo mundo.


Mais que imagens

Tanto é que, se eu fosse escolher apenas três fotografias apresentadas neste capítulo do livro que me inspiraram e me deixaram curiosa, seriam Bulevard Du Temple – Paris, 1838, por Louis Jacques Daguerre; Vale da Sombra da Morte, registrada por Roger Felton (1819-1869) e a expedição britânica na Antártida de 1910 a 1913, de Hebert Ponting (18700-1935).


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Bulevard Du Temple, Louis Jacques Daguerre

Bulevard Du Temple porque marcou tamanha insistência de Daguerre ao tentar fixar a imagem permanente pela câmera escura e sendo a primeira foto de que se tem notícia de ter registrado seres humanos. As tentativas de decifrar o que foi capturado por Daguerre continua sendo uma incógnita até hoje e acho isso fantástico.


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Vale da Sombra da Morte, Roger Felton

Já a fotografia Vale da Sombra da Morte mostra os primeiros resquícios de que os detalhes presentes no espaço também contam uma história. Todas as balas de canhões espalhadas no chão marcam a guerra, e a fotografia evidencia a morte de forma subjetiva, mas real. É impressionante, principalmente pela época.


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Antártida, Hebert Ponting

Por última, escolhi a primeira foto mencionada no livro que mais me despertou curiosidade em particular, sendo ela expedição britânica na Antártida, de 1910 a 1913. Quando comecei a ler pela história do registro que o livro apresenta, fui surpreendida ao saber que esta fotografia poderia nunca ter sido encontrada. Mas que por sorte, a beleza da antártica e histórias da expedição foram a público. “Os negativos não revelados foram encontrados na tenda em que o capitão Scott, Edward Wilson e Henry Bowers, que morreram durante a viagem de volta, após descobrirem a bandeira norueguesa no polo”, na página 20.


Saber do passado é mais que necessário, mas ter prazer em conhecê-lo em um livro é uma experiência única. A obra é indicada para quem tem apreço pela área da fotografia, mas também para quem tem curiosidade em aprender um pouco a jornada de cada momento já registrado na história do mundo. Ao que parece, os demais capítulos não são menos saborosos. Boa leitura!

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*Serviço: Tudo sobre fotografia (São Paulo, 2015, Ed. Sextane, 574 p.) reúne a história da fotografia no mundo a partir de 1826 até 2012 – ano da primeira publicação do livro, revisado e atualizado em 2015. O exemplar custa em média R$86 e está disponível nas principais livrarias do país. Informações sobre Juliet Hacking aqui!


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Pâmela Ramos


É um conjunto de histórias e sonhos que tem sua essência na música e na vontade insaciável de registros em textos e imagens. Aspirante à fotógrafa, estudante de Jornalismo, aos 19 anos busca eternizar em palavras o que é invisível ao olhar e à fotografia o que, muitas vezes, não se enxerga. Realiza pesquisa em Fotografia Poética e participa de ações sociais de voluntariado. Portfólio aqui! Foto San Paiva | Fotopoesia.


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